Não é só nos grandes centros de futebol que a manipulação de resultados mancha o esporte. No Vietnã, dois casos foram investigados e 22 pessoas irão a julgamento no começo de 2007 numa tentativa de limpar o futebol do país.

O primeiro envolve oito jogadores da seleção sub-23 do país, que responderão na Justiça por organização de apostas ilegais. Eles teriam recebido suborno de uma casa de apostas para fabricar o placar da partida contra Mianmar na disputa dos Jogos do Sudeste Asiático, nas Filipinas, em 2005.

No segundo caso, 14 pessoas, incluindo alguns árbitros e técnicos, são acusadas de suborno durante a temporada 2004/2005 de Liga Profissional do Vietnã. Eles responderão pela mesma infração do que os jogadores da seleção sub-23.

O porta-voz da Federação Vietnamita de Futebol (VFF), Vu Quang Vinh, diz que a entidade apóia a iniciativa dos promotores locais em fazer uma limpeza no futebol.

– É muito bom. O futebol do país precisa do apoio da sociedade, incluindo a Justiça, para brecarmos esse fenômeno negativo do esporte – declarou.

Simultaneamente ao processo penal, um projeto de legalização das apostas no país espera a aprovação do primeiro-ministro Nguyen Tan Dung. Especialistas estimam que mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,15 bilhões) são usados na fabricação de resultados no país.

Nos últimos dois anos, outros dois escândalos de manipulação de placar influenciados por apostas estouraram no futebol. No Brasil, em 2005, o árbitro Edílson Pereira admitiu suborno e 11 partidas do Brasileirão foram anuladas. Já na Itália, o escândalo incluia dirigentes e jogadores e culminou com a queda da Juventus para a segunda divisão e a revisão dos títulos de duas temporadas.

GAZETA PRESS