| 17/09/2002 17h52min
Durou pouco a promessa da coordenação da campanha do presidenciável José Serra (PSDB) de que iria ficar só no debate de idéias com o líder nas pesquisas de intenção de voto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Envolvido em uma investigação do Ministério Público que ganhou espaço na mídia e vivendo a tensão de uma nova pesquisa que, segundo rumores do mercado financeiro, deve revelar crescimento de Lula, o programa eleitoral de Serra na TV partiu para uma ofensiva mais agressiva nesta terça-feira, 17 de setembro.
Atacou em dois flancos: no que os tucanos chamam ser o despreparo de Lula e no histórico de mobilização de greves do PT, que assusta alguns setores do eleitorado mais conservador. O novo slogan "Atenção! Este PT você não vê na TV'' se junta a ''Lula: ou ele esconde o que pensa ou não sabe o que diz'', que estreou no programa de sábado.
Os marqueteiros de Serra desencavaram um episódio político ocorrido em junho de 2000, quando professores em greve acampados em frente à Secretaria da Educação agrediram o então governador Mário Covas, que morreu em 2001.
Covas, àquela época, e a campanha tucana, agora, vincularam a agressão a um discurso do presidente nacional do PT, José Dirceu, que uma semana antes havia dito que o governo estadual tinha que "apanhar na rua e nas urnas''. Covas chegou a exibir as imagens do discurso de Dirceu no Palácio dos Bandeirantes.
Nesta tarde, o deputado federal José Dirceu afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai recorrer à Justiça para pedir direito de resposta no programa de Serra, o que está a cargo do departamento jurídico da campanha.
– É evidente que é uso indevido, uma falsificação grosseira do que aconteceu – disse Dirceu, acrescentando que está mais preocupado em fazer campanha.
Enquanto Lula tem evitado responder diretamente aos recentes ataques de Serra, que se intensificaram depois da subida de Lula nas pesquisas, Dirceu não se furta a retrucar.
Braço-direito de Lula, Dirceu é visto como uma espécie de primeiro-ministro do presidenciável. Coordenador da campanha, ele é responsável pelas articulações políticas, como as recentes alianças com os ex-presidentes Itamar Franco (sem partido) e José Sarney (PMDB). Também tem sido interlocutor do partido junto ao Planalto.
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