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Responder a José Serra (PSDB), mas sem cair na armadilha da polarização total, que só interessaria ao tucano. Esse é a tarefa assumida pelo comando de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, depois do tom desafiador adotado pelo adversário ontem na TV.
– Não vamos descer ao nível que os tucanos desceram. Está claro que é uma estratégia desesperada, que pode se voltar contra eles próprios – disse o líder do PT na Câmara, João Paulo (SP).
Na estratégia petista, está prevista a formação de um "cinturão" em torno do candidato, que evitará entrar pessoalmente nos revides. No máximo, utilizará ironia para alfinetar os adversários.
– Eu não vou responder, tudo o que Serra quer é polarizar, e eu não quero – disse Lula ontem, em entrevista à Rádio CBN, em São Paulo.
Ao mesmo tempo, os petistas não podem simplesmente ignorar o que Serra disser na TV e no rádio, até para não alimentar acusações feitas por Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB) de que estão fugindo do debate.
– Vamos continuar defendendo nossas propostas da forma como estamos fazendo. Mas é óbvio que o PT é um partido que sabe se defender – diz o deputado federal Aloizio Mercadante (SP).
A idéia, que envolve um certo risco, é reagir apenas com amparo da Justiça, via direito de resposta. Isso daria aos petistas o argumento de que estão se defendendo legitimamente. Para isso, os assessores de Lula têm confiança de que os juízes eleitorais, que já foram acusados por Ciro de agir em favor de Serra, garantirão vitórias ao PT. Usar o programa próprio de Lula para responder está em princípio fora de questão, porque implicaria polarização total. Mas mesmo nos direitos de resposta eventualmente a ser exercidos, o tom será suave.
Caso Lula caia aceleradamente nas próximas pesquisas em razão dos ataques, a estratégia será toda revista.
A crítica indireta de hoje – na TV, no site e nas declarações de Lula – ao legado da era Fernando Henrique Cardoso se transformará em ataque direto a Serra. Irônico, Lula recomendou a Serra que veja como positiva a investigação feita pelo Ministério Público Federal sobre seu ex-sócio Gregório Preciado, porque poderia ser "boa" para ele.
• Mais informações sobre candidatos, partidos, pesquisas, regras e números eleitorais no especial Eleições 2002.
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