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 | 11/01/2007 09h57min

Apoio do PMDB pode levar tucanos a fechar com Chinaglia

Interesses eleitorais e pressão de governadores dividem sigla

O PSDB deve ser o próximo partido a fechar com o petista Arlindo Chinaglia (SP) na sucessão da Câmara. A escolha de Chinaglia pelo PMDB, na terça-feira, repercutiu no PSDB e provocou um movimento para apressar a definição dos tucanos.

O drama é que a decisão ameaça abrir um racha no partido, confrontando o interesse da bancada recém-eleita com o pragmatismo dos governadores tucanos, mais preocupados com o sucesso das gestões.

– Existe uma regra constitucional que prevê que na composição da mesa da Câmara deve se observar a proporcionalidade dos partidos. Essa é a regra do jogo. Quem tem direito à presidência da Câmara é o PMDB, que é o maior partido. O segundo maior partido é o PT. Mas se o PMDB quer ceder a vaga para o PT, então o PT indica o presidente da Câmara – afirmou o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP).

Ao mesmo tempo em que deputados tucanos novatos trabalham para reeleger o atual presidente, Aldo Rebelo (PC do B-SP), convencidos de que o comunista pode representar melhor os partidos de oposição, os governadores do PSDB articulam em direção oposta. Eles operam em favor do líder do governo e candidato petista, em um jogo casado com as bancadas estaduais do PT, em busca de paz. Isso porque os governadores tucanos também enfrentarão em seus Estados eleições nas Assembléias Legislativas.

Um dirigente do PSDB relatou que a senha dos governadores à bancada foi dada em recente conversa do candidato a líder tucano na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). O mineiro recomendou ao partido cautela máxima no que se refere às tradições do parlamento. Aécio pediu que o partido observasse regras como a da proporcionalidade das bancadas, que confere ao maior partido o direito de apontar o candidato a presidente da Casa. E o candidato apontado pelo PMDB é Chinaglia.

Tucanos novatos influentes nos Estados, como o ex-governador de Sergipe Albano Franco, no entanto, desembarcaram em Brasília esta semana temerosos de ficar a reboque do PFL no processo político da sucessão.

– Já estamos atrasados. Se demorarmos demais, a decisão do partido não terá valor – alertou Franco.

– O episódio do PMDB deixou claro que Aldo hoje é o candidato da instituição, e Arlindo, o nome do governo nesta disputa – defendeu o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE).

O grupo que pede pressa acredita que o PSDB paulista não terá por que votar em Chinaglia e reforçar o PT justamente no Estado em que os tucanos são mais fortes.

Araújo argumentou, no entanto, que, se o governo apresentasse apenas um candidato, o PSDB se renderia ao princípio da proporcionalidade. A seu ver, a regra fica prejudicada quando a base governista mantém dois nomes na disputa.

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