O governo argentino rejeitou na sexta-feira, dia 20, vários pedidos de dirigentes políticos para que as eleições presidenciais de 2003 sejam antecipadas para dezembro, devido à crise política no país. Os pedidos para a antecipação da eleição, marcada para março de 2003, vieram de pré-candidatos presidenciais peronistas. O partido convocou suas primárias para dezembro.

– Já há um calendário eleitoral que foi ratificado mil e uma vezes. Pular as internas (primárias) não é uma decisão que o governo possa tomar. O governo cumpre a lei eleitoral – disse a jornalistas o chefe de Gabinete de Ministros, Alfredo Atanasof.

As principais vozes que pedem a suspensão das eleições primárias para a convocação imediata das presidenciais este ano são as do ex-presidente Carlos Menem e de seu principal adversário no partido, Adolfo Rodríguez Saá, ex-governador da província de San Luis. Ambos afirmam que a debilidade do presidente Eduardo Duhalde obriga a antecipação das eleições, que deveriam ser realizadas em setembro de 2003, mas foram marcadas seis meses antes por causa da instabilidade política.

Caso suspendesse as primárias, o governo teria que definir como os partidos elegeriam seus candidatos. Uma das possibilidades seria uma reforma da lei eleitoral que permitisse a candidatura de vários políticos da mesma legenda. Duhalde é o terceiro político a ocupar a presidência da Argentina nos últimos dez meses.

Em dezembro, uma revolta social alimentada pelo desemprego e pela pobreza derrubou um presidente eleito pelas urnas e seu substituto interino, o agora candidato Rodríguez Saá. Rodríguez Saá, que durante a semana que ficou na presidência declarou a suspensão dos pagamentos da dívida pública, lidera as pesquisas de intenção de voto. As informações são da agência Reuters.