| 28/01/2007 17h36min
Na reta final da campanha, os três candidatos à presidência da Câmara – Arlindo Chinaglia (PT-SP), Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) – vão investir num grupo de cerca de 140 deputados que ainda estariam indecisos ou já mudaram de lado mais de uma vez nas últimas semanas. Na fase da guerra de números, em cada quartel-general os coordenadores fazem e refazem contatos e admitem a dificuldade de vencer em primeiro turno. Chinaglia, o mais otimista, ainda não descarta a hipótese.
Os aliados de Rebelo apostam que ele irá ao segundo turno, pois detém cerca de 200 votos contra entre 210 a 230 de Chinaglia. Fruet, pelas contas de seus aliados e adversários, teria por volta de 100, 110 votos. Os petistas contam com 60 dos 90 votos do PMDB. Para os aliados do atual presidente da Câmara, é metade para cada um. No PP, a candidatura Rebelo acredita ter entre 17 e 20 votos, dos 41. Os petistas contabilizam pelo menos 25 votos.
Na melhor das hipóteses, eles terão direito a fazer duas indicações na equipe de Lula, espaço muito pequeno para abrigar uma lista de quase 15 aspirantes a ministro. Rebelo está se aproveitando da indefinição do presidente sobre a reforma ministerial para investir na bancada peemedebista.
O domingo dos três candidatos foi destinado a preparação para o debate desta segunda-feira que será transmitido ao vivo pela rádio e TV Câmara. Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato a reeleição, passou o fim de semana em Brasília, entre contatos telefônicos com parlamentares. A expectativa é “promover um debate de idéias” que dê ao seleto grupo de 513 eleitores (deputados federais) uma oportunidade de escolher o candidato que será eleito na próxima quinta-feira para presidir a Casa em 2007-2008.
Às vésperas do debate, Rebelo adotou um discurso conciliador. Ele aposta numa discussão de propostas para a Câmara dos Deputados e trata seus adversários como “companheiros de muitos anos”. O candidato quer que o debate promovido pela Secretaria de Comunicação da Câmara seja mais uma oportunidade para que “o plenário decida quem é o melhor” para presidir a Casa.
Chinaglia, que conta com os apoios institucionais do PMDB, PR (fusão PL-PSC-Prona), PTB, PP, além do próprio partido, pretende balizar-se no debate desta segunda-feira na carta compromisso que encaminhou a cada um dos 513 deputados. Com o mesmo entendimento do seu adversário comunista, Chinaglia entende que o debate da TV Câmara tem uma audiência seleta, basicamente deputados, jornalistas e uma pequena parcela da sociedade.
Na sua carta-compromisso, Arlindo Chinaglia quer adotar medidas nos próximos dois anos que possibilitem à Câmara resgatar “seu prestígio e autoridade”. O parlamentar destaca, ainda, que se eleito dará prioridade a tramitação de projetos que tenham origem no Parlamento.
O candidato da terceira via, Gustavo Fruet (PSDB-PR), espera que o debate possibilite a “clareza de idéias, compromissos com o futuro da Câmara dos Deputados”. O parlamentar disse que vai propor e cobrar dos adversários as medidas objetivos que se pretende adotar para “recuperar a identidade da Câmara, profundamente comprometida por escândalos nos últimos anos”.
Fruet destacou, ainda, que é necessário que se discuta, também, “a mesmice” de que a Câmara dos Deputados tem que ser presidida por líderes de governo e que a Casa só discute aumento dos salários dos Deputados Federais.
– O debate da Folha de S. Paulo (realizado na sexta-feira passada) foi uma prévia dos temas que estão sendo tratados e esta candidatura permitiu dar uma nova dinâmica a esta eleição e colocou em discussão temas como medidas provisórias (excesso de edições), orçamento, reformas tributária e política e quem poderá comandar os caminhos da Câmara pela sua autonomia e pela sua independência.
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