| 29/01/2007 16h59min
Os três candidatos à Presidência da Câmara defenderam, em debate promovido pela TV Câmara, independência em relação ao governo federal, maior transparência dos gastos e o reajuste dos salários dos parlamentares a partir do índice de inflação. Ao longo de duas horas e meia, Arlindo Chinaglia (PT-SP), Gustavo Fruet (PSDB-PR) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP) – atual presidente da Casa e candidato à reeleição – responderam perguntas de jornalistas, da população e de seus adversários na disputa. As regras definidas pelas assessorias dos candidatos permitiram que, em alguns momentos, um deputado aprofundasse mais um tema que os outros.
No debate, os parlamentares trocaram acusações mútuas e buscaram ressaltar as diferenças entre as candidaturas. Em um desses momentos, Gustavo Fruet disse que aliados de Arlindo Chinaglia estão comprometidos com escândalos de corrupção na legislatura passada. O deputado petista protestou e lembrou que o PSDB havia manifestado apoio a ele antes de Fruet se
lançar candidato.
Chinaglia também manifestou irritação quando Fruet sinalizou que o petista poderia estar trabalhando pela absolvição do ex-deputado José Dirceu, cassado por suposto envolvimento no esquema de mensalão.
Aldo Rebelo alertou para o risco de haver uma forte concentração de poder para o PT, caso Arlindo Chinaglia ganhe as eleições para presidente da Câmara, uma vez que o presidente da República já é do partido.
– Não julgo prudente, não acho que seja bom para o país, nem para o próprio PT, tamanha concentração de poder – afirmou.
Aldo ressaltou que a Câmara é de todos os parlamentares, dos que apóiam o governo e daqueles que fazem oposição, mas, sobretudo, a Câmara é do povo brasileiro.
Chinaglia lembrou que sua candidatura é suprapartidária e respeita a norma da proporcionalidade. O petista aconselhou Aldo a refletir sobre essas críticas, e lembrou que, em 2005, o PT retirou sua candidatura, mesmo sendo a maior bancada, para apoiar
Aldo Rebelo, que tinha uma bancada de nove
deputados.
Questionado sobre a legitimidade de o PT disputar a presidência da Casa após os escândalos políticos acontecidos nos últimos anos, Arlindo Chinaglia afirmou que os partidos não perderam autoridade pelo fato de haver acusados em seus quadros. Segundo ele, os demais integrantes das siglas não podem ser punidos pelos pecados dos outros.
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