| 24/09/2002 09h04min
O PMDB e o PSDB catarinense tentam abafar e os adversários tacham de intempestiva e desesperada a decisão do senador Casildo Maldaner (PMDB) de trocar o tucano José Serra pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva na sucessão presidencial. Mas o candidato à reeleição segue de alma lavada. No mínimo, agitou a corrida ao Senado em Santa Catarina, que reúne 11 nomes para duas vagas.
– Tenho recebido muitas manifestações de apoio pela coerência. Eu não nasci em berço de ouro, fiz todo um esforço para construir a candidatura nacional do PSDB e PMDB e ele (o Serra) vem para a minha terra para se reunir com a oligarquia? A nossa base não aceita esta afronta, e, se for para ser omisso, eu vou para casa – disse o senador.
Casildo retomou no final da tarde desta segunda, 23 de setembro, o roteiro de campanha ao lado da chapa majoritária da coligação Por Toda SC. Entretanto, ele não terá espaço para puxar declaradamente votos a Lula.
O conselho político da campanha, que reúne a elite tucana e peemedebista, reuniu-se na manhã de segunda em Florianópolis para reafirmar tanto o compromisso com Serra quanto com Luiz Henrique da Silveira e com os candidatos ao Senado, Casildo e Leonel Pavan (PSDB). Pretendem separar a questão nacional da estadual, indicou o presidente em exercício do PSDB, Jacó Anderle.
Luiz Henrique garantiu que está tudo bem entre Casildo e Pavan e que vai cumprir ética e disciplinadamente seu compromisso partidário com Serra. A turma do “deixa-disso” já teria inclusive contornado a situação com os suplentes tucanos de Maldaner - Dalírio Beber e Fátima Menegalli - que poderiam requerer uma retratação do senado.
O governador Esperidião Amin (PPB) aproveitou para apimentar a relação entre as siglas da aliança adversária.
– Os efeitos da decisão de Casildo Maldaner vão depender da capacidade de absorção de desaforo do PSDB – afirmou Amin em entrevista coletiva, minutos depois que o presidente licenciado dos tucanos, deputado Jorginho Mello, e o secretário de Justiça e Cidadania, Paulo Cézar Ramos de Oliveira, também em licença, haviam deixado juntos o gabinete do governador.
O candidato ao Senado pelo PFL, Paulinho Bornhausen, distribuiu nota à imprensa na qual classifica o estado de Casildo: “Ele está agoniado, em função da estratégia errada do seu partido”.
Os candidatos ao Senado pelo PT - Ideli Salvatti e Milton Mendes de Oliveira - usaram o horário eleitoral para agradecer a adesão de setores do PMDB, ou do antigo MDB, à candidatura Lula. Ideli foi direta e deu as boas-vindas ao concorrente Casildo Maldaner.
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ADRIANA BALDISSARELLI / DIÁRIO CATARINENSEGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.