| 25/09/2002 10h54min
A Itália precisa apoiar os esforços diplomáticos e militares dos Estados Unidos para garantir que o Iraque seja desarmado, disse na quarta-feira, dia 25, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi (foto), oferecendo total apoio a Washington na condução da crise.
– Nossa maneira de viver, nosso destino, tanto como europeus e italianos, está ligada ao dos Estados Unidos – disse Berlusconi em discurso duro feito em debate parlamentar sobre o Iraque. – Vamos proceder com coragem no esforço político, diplomático e militar que os fatos nos impõem como um serviço naciona –, acrescentou, denunciando o presidente do Iraque, Saddam Hussein, como "ditador'' que precisa ser desarmado.
Os comentários provocaram escândalo na esquerda. Líderes de oposição acusaram o primeiro-ministro de incentivar o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. O discurso também coloca Berlusconi em atrito com a França e a Alemanha, seus aliados continentais. Berlusconi reuniu-se com Bush em Camp David este mês e disse ao parlamento na quarta-feira que o mundo precisa reconhecer os temores legítimos dos Estados Unidos por sua segurança.
– Os norte-americanos nos ensinaram com Roosevelt que a única coisa a temer é o próprio medo – disse Berlusconi, citando a famosa declaração do presidente norte-americano Franklin Roosevelt. – Precisamos decidir o que precisa ser feito... se não agirmos, o custo histórico pode ser incalculável.
Ele pediu que a ONU emita uma nova resolução para forçar o Iraque a cooperar com os inspetores de armas. Desde que assumiu o governo, no ano passado, Berlusconi procura apresentar-se como o aliado mais próximo de Bush no continente. Entretanto, seu apoio total a Washington pode despertar forte oposição doméstica.
Pesquisas de opinião mostram que quase 70% da população italiana é contra a idéia da guerra ao Iraque. O ex-primeiro-ministro italiano Massimo D'Alema, que é presidente do principal partido da oposição de esquerda, contestou o discurso de Berlusconi como "totalmente errado''.
– Corremos o risco de dar um salto substancial em direção à guerra de prevenção que pode ser contra um país perigoso, mas está sendo conduzida fora de um sistema legítimo – disse ele a repórteres. – Isso coloca a Itália em uma posição não de aliada, mas de criada do governo dos Estados Unidos.
As informações são da agência Reuters.
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