Brasil e Argentina assinaram nesta quinta, 26 de setembro, novo acordo automotivo e a revitalização do Convênio de Crédito Recíproco (CCR) com apoio do Tesouro Nacional. Após reunião com seu colega argentino, Eduardo Duhalde, em Brasília, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que os dois países são capazes de resolver seus problemas. E destacou a importância do Mercosul como "instrumento de cooperação" para negociar com outros blocos e países.

O novo acordo automotivo deve contribuir para aumentar o comércio bilateral, ao flexibilizar as cotas de exportações. A revitalização do CCR ocorrerá em condições "absolutamente seguras", afirmou. FH explicou que o CCR (instrumento que garante as negociações comerciais entre os dois países) terá apoio do Tesouro Nacional e a intermediação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Banco Central (BC) fará o registro das operações. O presidente também disse que o acordo bilateral de livre comércio poderá ser antecipado, mesmo quando "todos pensavam que era quase impossível manter esse tipo de acordo firme".

O presidente Duhalde reconheceu que o Brasil é o país mais "poderoso" da América do Sul, apesar das dificuldades atuais no continente. Segundo ele, os acordos com o Brasil constituem um passo a mais para enfrentar essas dificuldades.

Os dois governos concordaram em concluir em 30 dias a disputa comercial sobre a exportação de carne de frango brasileira. A Argentina promete revogar as medidas antidumping impostas ao frango brasileiro em julho de 2000. O Brasil pedirá a suspensão dos trabalhos do grupo especial que analisa o caso na Organização Mundial do Comércio (OMC).