| 27/02/2007 11h41min
O Instituto Butantan, da Secretaria de Estado da Saúde, recebe hoje a nova cepa do vírus H5N1. A nova cepa utiliza um vírus originário da Indonésia, o que o torna diferente da cepa fornecida pelo National Instittute for Biological Standards and Technology, laboratório britânico sancionado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), fornecida ao Butantan em janeiro de 2006, cuja cepa era originária de um vírus encontrado no Vietnã e a vacina desenvolvida pelos Estados Unidos demonstrou a necessidade de 8 doses da vacina para a imunização de uma única pessoa.
O objetivo do Butantan, um dos 5 centros produtores de vacina do mundo que compõem a força-tarefa da OMS para o combate a gripe aviária, é desenvolver uma vacina segura, eficaz e de baixo custo, que permita proteger o Brasil no caso de uma eventual pandemia. A previsão é que a vacina esteja pronta em cerca de 90 dias.
– A nossa capacidade instalada de produção é da ordem de 40 milhões de doses de vacina por ano, quando a fábrica maior estiver pronta, até lá na planta-piloto que está em teste deveremos produzir entre 20 e 100 mil doses de acordo com o dimensionamento feito pelo Ministério da Saúde em parceria com as Secretarias Estaduais de Saúde – afirma Isaías Raw, presidente da Fundação Butantan.
Atualmente, a planta-piloto funciona experimentalmente com a cepa do vírus da gripe humana, onde são testados diversos adjuvantes, responsáveis por aumentar a eficácia vacina, diminuindo a necessidade de vacina, o que barateia os custos sem comprometer a qualidade do produto.
Um dos trunfos do Butantan na luta contra a gripe aviária, é um adjuvante chamado Monofosforilipídeo A (MPLA), derivado do desenvolvimento da vacina de coqueluche, sobre o qual as pesquisas apontam uma eficiência 4 vezes maior do que os adjuvantes habitualmente utilizados.
A planta-piloto, onde a vacina será manipulada, é um laboratório de nível de segurança 5, inspecionada e aprovada por todos os órgão competentes, o que garante risco biológico zero para a população. Além disso, a cepa recebida pelo Butantan já foi desarmada geneticamente para não causar gripe aviária, o que torna o risco de uma epidemia a partir desta cepa nulo.
Caso se confirme a pandemia aviária, o Butantan está terminando as obras de uma fábrica de cerca de 6 mil m², resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e o Ministério da Saúde. O investimentos estimado na fábrica de vacina contra a gripe é da ordem de R$ 70 milhões, entre reforma das instalações e equipamentos de última geração.
Além de toda essa tecnologia, o instituto precisará de um estoque de ovos, na proporção de um ovo para cada dose de vacina, que já está garantido pela indústria nacional.
– O Brasil deverá ser o primeiro país a fabricar a vacina no Hemisfério Sul, a estratégia é criar um estoque que sirva como linha de frente caso se confirme a expectativa de uma pandemia – alerta Raw.
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