| 04/04/2007 09h04min
A Aeronáutica comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tem preparado um "plano B" caso haja novo motim de controladores de vôo militares. Segundo a edição de hoje do jornal Folha de S. Paulo, a intenção é isolar e prender os eventuais líderes do movimento e convocar os que não estiverem na escala de plantão.
Entre 50 e 100 homens da Aeronáutica poderiam ser deslocados para operar o tráfego em novo pico de crise. É provável que o número não evite lentidão, mas os aeroportos do país não ficariam todos fechados, como ocorreu na última sexta.
Ainda conforme o jornal, o "plano B" parte do pressuposto de que os aeroportos foram parados na sexta apenas pelos controladores de plantão, que, por exemplo, seriam apenas 18 no Cindacta-1, de Brasília. Os demais não poderiam ser considerados grevistas.
Ação em três frentes
Além do grupo que já estaria preparado para atuar, a Aeronáutica
treina os militares da Defesa Aérea para substituir os
insurgentes. De acordo com o jornal Zero Hora, a Força Aérea Brasileira (FAB) mobilizou cerca de mil integrantes.
Essa é uma das três frentes de ações do governo. Em outra, inicia os contatos com controladores estrangeiros, de acordo com a Medida Provisória 361, que autorizava a contratação de 160 novos profissionais por dois anos para amenizar a crise. O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, porém, negou, à Folha, que o governo esteja recrutando controladores estrangeiros para o caso de emergência e que pretenda fazê-lo.
A terceira é um plano para a Páscoa. O controlador que se rebelar será substituído na hora.
Sargentos da Defesa Aérea
Responsáveis pela segurança do espaço aéreo nacional, os sargentos da Defesa Aérea trabalham numa sala contígua à dos colegas que se amotinaram, mas não estão capacitados a cuidar do tráfego da aviação civil. Ainda assim, estariam sendo preparados para
ocupar os postos em caso de nova paralisação ou eventuais
expulsões dos sargentos investigados pelo Ministério Público Militar por insubordinação.
– Esse treinamento levaria seis meses. É um risco – alerta José Ulisses Fontenelle, assessor de comunicação da Associação Brasileira de Controladores de Tráfego Aéreo.
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