O enviado dos EUA para o Oriente Médio, William Burns, chegou a Israel nesta quarta-feira, dia 23, com um ''mapa da paz'' para colocar fim aos dois anos de conflito na região, em meio aos esforços norte-americanos para conquistar apoio árabe para um eventual ataque contra o Iraque.

Um porta-voz da Embaixada dos EUA disse que Burns deve se reunir já na quarta-feira com autoridades israelenses, entre as quais o chanceler Shimon Peres. Na quinta, dia 24, o enviado se encontraria com representantes dos palestinos. Peres disse à rádio Israel:

– Aceitamos o ponto de vista do presidente Bush (presidente dos EUA, George W. Bush). Posso dizer que o "mapa'' entregue a nós deve ser considerado um projeto para o qual temos de apresentar nossas observações até dezembro.

Bush disse em junho que os palestinos deveriam eleger uma nova liderança, "não comprometida com o terror.'' O plano de paz apresentado por Burns prevê medidas para criar um Estado palestino até 2005. O enviado chegou a Israel logo depois de um atentado suicida palestino realizado na segunda-feira. No ataque, o mais violento dos últimos quatro meses, foram mortas 14 pessoas.

Em uma viagem por vários países da região antes de ingressar em Israel, Burns classificou o atentado de ''censurável'' e de um golpe à meta de independência dos palestinos. O ministro de Defesa de Israel, Binyamin Ben-Eliezer, disse na terça-feira que o Estado judaico esgotava suas opções militares no combate aos terroristas suicidas e sugeriu ser o momento, talvez, de o país voltar à mesa de negociações.

Ao contrário do que aconteceu em atentados anteriores, a resposta israelense ao ataque de segunda-feira mostrou-se até agora contida. Para os EUA, o conflito entre israelenses e palestinos é uma fonte de desentendimento com os árabes. A superpotência tenta obter apoio desses países para uma eventual ação militar contra o Iraque, acusado de desenvolver armas de destruição em massa. As informações são da agência Reuters.