| 06/05/2007 21h05min
Depois de deixar o gramado no primeiro tempo falando mal da arbitragem e também desaprovando a postura do seu time, o técnico da chapecoense Agenor Piccinin teve uma conversa séria com os jogadores no vestiário. Pediu mais empenho, apontou falhas individuais e conseguiu que a equipe, mesmo com um jogador a menos, reagisse dentro do Estádio Heriberto Hülse para levantar a taça do campeonato estadual dentro dos domínios do Criciúma.
– Cheguei no vestiário e falei que isso não era jogo de decisão. Cobrei deles e o grupo se fechou. Nos sabíamos que tínhamos um homem a menos (Cuca foi expulso aos 40 do primeiro tempo), precisávamos fazer a diferença na posse de bola, na movimentação e na inteligência, e isso aconteceu. No segundo tempo foi outro time e quando as substituições aconteceram, a equipe se transformou e trouxe o título. Hoje, felizmente, levamos o título aqui de Criciúma que é mais gostoso, é mais histórico, é mais bonito ganhar fora de casa – disse Agenor, em entrevista à CBN/Diário.
Sobre os puxões de orelha no intervalo, o técnico citou o nome de alguns jogadores e também contou qual foi o segredo para superar a desvantagem númerica no segundo tempo:
– Pedi aplicação do Peter, que estava comprometendo o trabalho do Adriano. A movimentação do Cadu era pouca, só tinha o Jean que estava se destacando, que saía dos dois lados. O Roni se preocupou mais em marcar o Fernadinho do que em jogar. Voltamos para o segundo tempo com a bola no chão, empatamos o jogo com 10. Fizemos o segundo gol, onde erramos de novo. Daí, com calma, com tranqüilidade, eu arrisquei tudo porque ainda tinham 30 minutos. Tirei um zagueiro cansado, que fez o gol contra (Bilica) e coloquei a linha de zaga mano a mano. Adiantamos os volantes, alcançando os meias para chegar no ataque. E foi onde fizemos a diferença e em dois lances chegamos ao gol. Poderíamos ter feito o terceiro na bola que foi na trave.
Consagrado no Estado e com o nome em alta, Piccinin faz mistério sobre seu futuro depois da conquista do Catarinense:
– Até o dia 10 eu tenho compromisso com o clube. Depois, estou aberto a negociações. Exitem três ou quatro equipes à espera para que a gente possa montar um trabalho semelhante. A Chapecoense também tem interesse, o torcedor pede pra ficar, mas no futebol hoje não se pode mais dar o coração. Eu já fui muito do coração, mas tenho 50 anos e também estou precisando ter a minha independência financeira na vida profissional. É um grande momento, então tenho que pegar o que é melhor pra mim e o que vai ajudar a minha família.
Sobre estas propostas, o treinador apenas deu algumas indicações geográficas:
– Tenho uma no Estado, duas no Norte do Brasil e uma fora do país. Quero abrir novos ares, é isso que o Agenor precisa.
Além da provável saída do técnico, a Chapecoense também deverá sofrer um desmanche na equipe. Já estão confirmadas as saídas de Jean Carlos e Peter – vão para o Figueirense – e de Adriano, que defenderá o Criciúma, na Série B.
ANA ROSA, COM INFORMAÇÕES DA CBN/DIÁRIOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.