| 25/10/2002 00h10min
Os candidatos ao governo de Santa Catarina, Esperidião Amin (PPB) e Luiz Henrique da Silveira (PMDB), participaram na noite desta quinta-feira, dia 24, do último debate na televisão dispostos a passar a limpo o discurso da campanha. Nos estúdios da RBS TV, na Capital, os dois acusaram-se reciprocamente de distorções nos programas eleitorais e repassaram temas como salário de servidores do Estado e da Prefeitura de Joinville, modelo de gestão da Celesc, federalização do Besc e pavimentação de estradas.
Amin usou a estratégia de bater no governo anterior, do PMDB, e associá-lo ao seu oponente. Insistiu que o eleitor comparasse os modelos e números entre a sua gestão e a de Paulo Afonso Vieira. Luiz Henrique valeu-se da tática de afastar a fixação no passado, ancorando suas respostas sobre projeto futuro no "conhecido Plano 15". Também investiu no plano político, lembrando que é o candidato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E salientou as derrotas da coligação governista ao Senado no primeiro turno. Amin evitou as questões partidárias e apenas no final lembrou que Luiz Henrique quase fora vice de José Serra (PSDB).
No primeiro bloco, Luiz Henrique, sorteado para fazer a primeira pergunta, questionou qual o valor do salário dos professores de ensino fundamental do Estado, já que em Joinville, o mesmo profissional recebe R$ 804. Amin, em sua resposta, destacou que um professor dessa categoria recebe R$ 969. Disse também que durante os quatro anos de sua administração, além de pagar os salários que o governo anterior do PMDB atrasou, conseguiu incluir o vale-alimentação para a categoria. Luiz Henrique afirmou que o valor dessa remuneração são exatos R$ 342,29, de maneira que o professor de Joinville ganharia 135% a mais. Mais tarde, o peemedebista voltou ao tema para que Amin confirmasse o valor pago ao professor da rede estadual, o que não ocorreu.
No segundo bloco, de perguntas sobre temas pré-determinados, Amin cobrou que Joinville tenha "desistido" de investimentos como das fábricas da Antártica e da Mercedes-Benz e aproveitou para corrigir informações do programa eleitoral do adversário sobre a quantidade de empregos geradas por indústrias instaladas no Norte do Estado durante seu governo. Luiz Henrique não entrou no detalhe da pergunta, lembrando que fizera 60% dos votos em Joinville.
Luiz Henrique disse que o atual governo não cumpriu com o Artigo 170, conforme ressalva do Tribunal de Contas do Estado, e deixou de repassar 50% dos recursos para crédito educativo. Também disse que o governo não teria destinado adequadamente os recursos para ciência e tecnologia. O governador licenciado observou que deveria se diferenciar crédito educativo da bolsa de estudo, que é destinada ao estudante carente, e, portanto, prioritária. Também afirmou que não pagou mais, mas pagou, o que não foi feito pelo governo do PMDB.
No terceiro bloco, Luiz Henrique começou chamando Amin de "construtor de oásis" ao prometer coisas para o próximo mandato e encerrou dizendo que um governador que não conseguisse R$ 4 milhões para projeto de divulgação do Contestado deveria ser substituído, já que ele, como prefeito conseguira R$ 13 milhões para fazer o Centreventos. Amin aproveitou pra renovar compromissos com o Sul do Estado ao falar sobre a geração de energia limpa através do carvão.
No quarto bloco, Amin colocou em xeque a proposta do adversário sobre a Casan. Quis saber se tratava-se de desmanchá-la. Depois da explicação sobre o modelo municipalizado de concessão, Amin insistiu que era a "privatização" da empresa.
Durante todo o debate, os candidatos rivalizaram com os planos de governo, Luiz Henrique mostrando a toda hora o livreto do Plano 15 e Amin insistindo que o seu – um encadernado volumoso – acrescenta o "como fazer".
As informações são do Diário Catarinense.
Confira outras informações no especial Eleições 2002.
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