| 25/10/2002 23h44min
Criminalidade, impostos, dólar e meio ambiente foram os temas propostos aos candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) durante o terceiro bloco do último debate do segundo turno, realizado na TV Globo na noite desta sexta, dia 25.
Aparentemente mais ambientados ao sistema de debate proposto pela Rede Globo, cada presidenciável procurou sua bancada para tomar fôlego enquanto assistia ao outro ser sabatinado pelos eleitores.
Um tema polêmico foi sorteado na abertura do terceiro segmento do programa: a questão da criminalidade. O coordenador financeiro paulista Mário Luis Martins foi escolhido para dirigir sua pergunta ao candidato petista. Após citar uma série de alternativas que achava importante para a solução da questão da criminalidade no Brasil, tais como policiamento das fronteiras, controle do tráfico de drogas, combate às organizações criminosas, o eleitor quis saber de Lula em quanto tempo seria possível promover mudanças no setor.
– Vamos criar uma secretaria de segurança pública e uma pactuação com os 27 governadores dos Estados. Estamos lidando com o crime que tem seu braço internacional, dentro da política, dentro do empresariado – enumerou Lula, reforçando que a questão maior seria a de discutir "as origens da criminalidade", conferindo ao alto índice de desemprego no Brasil a força geradora da violência e da criminalidade.
Já o candidato tucano fez questão de reforçar a tese que não se combate a violência somente nas favelas, mas com atividades culturais, esportivas, citando o seu projeto Favela-Bairro, como uma das soluções para o tema.
Em prosseguimento ao sorteio das perguntas, o jornalista Willian Bonner pediu para que o professor de educação física de Belo Horinzonte Cristiano Pereira Campos dirigisse a questão dos impostos ao candidato tucano, que garantiu ser funtamental o fim da acumulação dos impostos para que o Brasil possa exportar mais e assim gerar mais empregos.
– Não se faz por que muitas vezes a elite brasileira não gosta de pagar impostos – condenou o candidato petista durante sua resposta.
– É importante ouvir todo mundo, mas o mais importante é fazer. Eu ouvi que o Lula vai reduzir os impostos, mas que imposto? – questinou Serra, novamente se dirigindo para o candidato Lula.
No sorteio das perguntas, coube ao professor de educação física de Curitiba Giliano Silva tocar num dos assuntos mais polêmicos da campanha eleitoral: a questão da oscilação do dólar.
– O real já esteve no mesmo valor do dólar. Como se explica o dólar estar agora a R$4? – perguntou o eleitor ao candidato Lula.
– Primeiro, era falso a equiparação com o dólar, assim como é falto o dólar estar a R$ 4 – garantiu Lula, afirmando que a retomada das negociações de crédito para as exportações é assunto vital para retomada da economia brasileira.
– Nem no tempo do Sarney tivemos o crédito para exportações cortados como agora – concluiu o candidato petista.
Durante seu contraponto, Serra atribuiu a alta da moeda americana a uma "tensão pré-eleitoral", afirmando que a incertezas do que vão acontecer depois de janeiro atribulam o mercado financeiro.
No encerramento do terceiro bloco, um tema mais morno, mas não menos divergente entre os candidatos foi proposto: meio ambiente. O advogado carioca Jorge Neves quis saber como os candidatos tratarão a presença de entidades não-governamentais que atuam no Brasil, mas que em seus países de origem compactuam com ações que vão de encontro ao meio ambiente. Serra garantiu aprovar a presença destes órgãos, garantindo que estes dão força aos movimentos de combate às ações contra o planeta, encabeçados pelos Estados Unidos. Lula aprovou a presença desses grupo, mas lembrou a importância do Brasil ser autônomo nas questões do meio ambiente, principalmente sobre os problemas da poluição global.
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