| 22/05/2007 20h02min
Foi anunciado por volta das 20h desta terça-feira o pedido de demissão do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Conforme a Globo News, carta comunicando a saída de Rondeau foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a tarde.
A saída de Rondeau encerra um processo iniciado no domingo com a revelação das suspeitas de envolvimento do ministro no recebimento de propina da construtora Gautama, como parte do desmantelamento da Operação Navalha, da Polícia Federal.
Rondeau está sob suspeita de ter recebido R$ 100 mil para fraudar licitações.
Desde que soube das suspeitas levantadas pela PF, na segunda, Rondeau defendeu-se e classificou as acusações de boatos. Para Silas, as denúncias não passam de ilações que tentam nublar o pacote de medidas bem intencionadas do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) – que, para ele, estão acima de qualquer denúncia. Naquele momento, Rondeau ainda se sentia “confortável” no cargo, ao menos nas declarações:
– Estou absolutamente à vontade (de continuar no governo). Até o momento em que o presidente, que é dono do cargo decidir sobre isso. Não tenho nada a temer em um processo como esse. Estou absolutamente convicto que não existe nada que venha a comprometer. Isso será provado na Justiça.
Mais tarde, o suspeito já manifestou sua contrariedade com a divulgação de informações a respeito do caso, que resultariam no que ele chamou de “horrível prejulgamento”.
– Isso é muito ruim. Causa uma indignação. Esse prejulgamento é uma coisa horrível. Eu não posso aceitar isso – disse o ministro.
Para Rondeau, ele tem uma biografia a zelar, que está "acima de cargo, acima de tudo" e que cabe à Justiça investigar o seu suposto envolvimento no recebimento de propinas, mostrado no relatório da Polícia Federal sobre a Operação Navalha.
Demissão à tarde, anúncio à noite
Na tarde desta terça, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro deu explicações sobre o envolvimento de seu nome na Operação. Foi uma conversa de dois tempos que prolongou o suspense, já que Lula saiu pouco antes de a conversa completar uma hora para cumprir agenda. Até então, o caso teria permanecido em aberto. Mas, segundo a jornalista Cristiana Lobo, o pedido de demissão já teria sido entregue.
Neste meio tempo, sem anúncio oficial, Rondeau agiu como se sua saída já estivesse decidida. Conforme o blog do jornalista Ricardo Noblat, o ministro convocou dois de seus assessores para uma reunião no Palácio do Planalto e anunciado:
– Preparem tudo. Vou pedir demissão.
Além de Lula, participaram da reunião Tarso Genro, ministro da Justiça, e Dilma Roussef, da Casa Civil, que teriam sugerido a sua saída do ministério para responder ao processo.
Silas Rondeau, ministro de Minas e Energia, pediu demissão para Lula nesta terça
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