| 23/05/2007 21h15min
O movimento a favor da criação de uma CPI mista para investigar as denúncias da Polícia Federal na Operação Navalha ganhou força no Congresso, nesta quarta-feira. O senador José Agripino (DEM-RN), por exemplo, que se mostrava reticente desde o início, declarou seu apoio à comissão.
O parlamentar explicou que era contra uma investigação no âmbito do Congresso, mas mudou de idéia depois que o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), encaminhou à PF e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) requerimento sobre as investigações.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também se manifestou favorável a assinar o requerimento para instalação da CPI:
– Farei o que a Casa entender que precisa ser feito. Se for necessário constituir uma Comissão Parlamentar de Inquérito para que tudo fique absolutamente esclarecido, descerei da isenção que devo ter para assinar, em primeiro lugar.
No Senado, José Nery (PSol-PA) anunciou em plenário que conseguiu as as 27 assinaturas de senadores para a instalação da Comissão. Na Câmara, já assinaram 141 dos 171 deputados necessários.
Com um de seus governadores, o alagoano Teotônio Vilela, no olho do furacão da Operação Navalha da Polícia Federal, o PSDB adotou a tática de que o ataque é a melhor defesa e também defende a CPI mista no Congresso para investigar o esquema de fraudes em licitações públicas. Se forem aprovadas duas novas CPIs na Câmara - há quem queira também uma sobre a Operação Hurricane - a Casa pode ter quatro CPIs funcionando ao mesmo tempo (o máximo permitido pelo regimento é cinco).
Câmara criará movimento anticorrupção
Na Câmara, os líderes se reuniram durante três horas e meia na residência oficial de Chinaglia e decidiram criar um movimento para lutar contra a corrupção.
– Queremos dar instrumentos para a indignação que há na sociedade. Tomamos a decisão de criar um movimento. A Câmara vai estar à altura do desafio de levar o país a outro patamar – disse Chinaglia, que afirmou que ainda não há definição sobre que temas específicos o movimento vai discutir.
Embora tenha avançado a idéia da CPI, a maioria dos parlamentares vive um dilema: eles estão divididos entre o receio de que o apoio a uma CPI da Navalha provoque estrago tão grande quanto a CPI do Mensalão e o medo de que o não apoio possa significar uma confissão de culpa. A cautela maior é do PMDB do ex-ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau.
No DEM, que tem o deputado Paulo Magalhães (BA) acusado de pertencer ao esquema, o líder na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS), e o vice-líder, Ronaldo Caiado (GO), assinaram o requerimento e liberaram a bancada.
– Eu já assinei e a orientação da bancada é para que cada deputado aja de acordo com sua consciência – finalizou o deputado Onix Lorenzoni, líder do DEM.
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