Os eufóricos torcedores de Sport e Náutico, que comemoravam em novembro a ascensão de seus clubes à Série A do Brasileirão, com certeza esperavam dificuldades das equipes para se restabelecer na elite do futebol nacional. No entanto, poucos imaginavam que o clássico protagonizado por ambos significaria uma luta para deixarem a zona de rebaixamento logo na oitava rodada.

O confronto desta quinta-feira, na Ilha do Retiro, às 20h30min, é muito mais do que o primeiro clássico entre ambos na Série A depois de mais de dez anos. Coloca frente-a-frente duas equipes que marcaram apenas cinco pontos em sete jogos, vencendo apenas uma vez, empatando duas e perdendo os outros quatro jogos.

Apesar de estar uma posição acima do rival por saldo de gols (quatro negativos contra seis negativos), a 18ª colocação do Sport é mais frustrante para seus torcedores, que viram o Leão vencer o Campeonato Pernambucano por antecipação, com apenas uma derrota.

Desde então, Gallo deixou o comando e Giba assumiu. Na estréia, uma convincente goleada por 4 a 1 sobre o Santos. Porém, foi o único momento de alegria dos rubro-negros, que amargam a incômoda “glória” de ser o time que levou o milésimo gol de Romário. Giba pediu demissão, e Geninho virou o comandante a partir da última rodada, mas acumulou nova derrota, desta vez para o Paraná, por 1 a 0, em Curitiba.

Contudo, o novo comandante elogiou a atuação do time, principalmente na defesa, que agora atua com três zagueiros, e a formação será mantida. No ataque, muito criticado por ter marcado nove vezes no Brasileirão, Geninho não contará com Weldon, lesionado, e escalará Washington e Carlinhos Bala.

Entretando, há a possibilidade do treinador colocar três atacantes em campo, promovendo a entrada de Vitor Hugo no lugar do volante Bia. Nos treinamentos, a nova formação melhorou o desempenho ofensivo e deixou Geninho em dúvida. Com isso, a única alteração certa é a volta do volante Ticão, que se recuperava de contusão há um mês.

No Náutico, o clima é turbulento há algumas semanas. Recentemente, o zagueiro Marquinhos abandonou o clube e outros jogadores foram dispensados por não corresponderem às expectativas da diretoria. A derrota do último domingo, contra o Goiás, em casa, fez o técnico Paulo César Gusmão balançar no cargo, mas a diretoria garantiu sua permanência pelos menos até o clássico.

Como o rival, o Náutico também teve seu único momento de alegria no Brasileirão vencendo um paulista – derrotou o São Paulo por 1 a 0, nos Aflitos. O duelo com o Sport é encarado como um divisor de águas para o Timbu, que não vence há cinco jogos.

Preocupado com o desgaste físico da equipe, PC Gusmão optou por não comandar nenhum coletivo antes do clássico. Contudo, o treinador conta com a volta de Marcel e Cris, que estavam suspensos. Apesar de despistar, o retorno da dupla é praticamente certo. A dúvida está do meio para frente: PC gostou da atuação de Baiano como volante e pode mantê-lo, deslocando Acosta para o ataque e colocando Marcel na meia.

O confronto desta quinta-feira será o terceiro da temporada. Nos dois primeiros, pelo Campeonato Pernambucano, o Sport venceu: 1 a 0 nos Aflitos e 2 a 0 na Ilha do Retiro.

GAZETA PRESS