O presidente do Grêmio, Paulo Odone, deverá ter dificuldades ao passar seu cargo para o ex-governador do Rio Grande do Sul Antonio Britto. Alguns oposicionistas não aceitam que um conselheiro que não pertence à atual diretoria gremista seja adequado para presidir o Grêmio.

Odone decidiu abandonar o cargo para assumir a Grêmio Empreendimentos, empresa que se dedicará à construção do novo estádio do clube. Ele quer que Britto seja aclamado. Entretanto, o oposicionista Sergio Ilha Moreira anunciou sua candidatura nesta quinta. O ex-presidente gremista Hélio Dourado reclamou que a direção gremista não ouviu o Conselho Consultivo sobre o assunto.

– Estou sabendo de tudo isso pelo jornal, pela mídia. Fico surpreso ao ver, de repente, que o presidente do Grêmio quer renunciar, ele e um outro membro da diretoria (Eduardo Antonini), para assumirem o Grêmio Empreendimentos, que nem existe ainda, que eu saiba – declarou Dourado.

O ex-dirigente não acredita que o nome do ex-governador seja adequado para presidir o Grêmio. Ele reconhece que Britto foi um grande político, mas avalia que lhe falta experiência e vivência dentro do Estádio Olímpico.

– Eu o conheço bem, é um político de vários anos no Estado do Rio Grande do Sul e vários cargos. Foi homem de imprensa. Só que o seguinte: ele é conselheiro desde 1996. E se tu vires as atas de presença no Grêmio nesses anos todos, eu não sei se ele faz uma presença por ano. Acho que ele não faz 10 presenças. É uma pessoa que tem suas qualidades, mas acho que não é homem para o Grêmio – enfatizou o ex-dirigente.

Dourado lembrou ter feito parte da gestão gremista responsável pela criação do Estádio Olímpico. Assim, ele criticou a criação da Grêmio Empreendimentos, empresa que tratará da construção da arena.

– Mas por que renunciar agora para assumir essa outra coisa? Vale a pena assumir esse negócio?  Na nossa época, se tinha um empreendimento para fazer – e nós terminamos o Olímpico –, era o presidente que fazia. Não teve empresa nenhuma – contou.

Já o conselheiro Antonio Vicente Martins, do grupo Grêmio Novo, não apresentou resistência à escolha de Odone. Ele explicou que seu movimento não pretende lançar candidato para a presidência, pois pretende se dedicar às eleições para a renovação do Conselho.

– O atual Conselho de Administração tem legitimidade para propor um nome que vai suceder o presidente Paulo Odone para terminar o mandato – explicou Martins.