| 18/11/2002 22h40min
Depois de quatro anos de ausência, um time de inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) voltou nesta segunda, dia 18, a pisar em solo iraquiano, dando largada às novas investigações sobre a presença de armas de destruição em massa (químicas, biológicas ou nucleares) no país de Saddam Hussein.
O primeiro grupo, formado por 26 especialistas, cuidará da logística da missão. Até o final do ano, entre 80 e cem inspetores chegarão ao país. A missão é presidida pelo sueco Hans Blix, presidente da Comissão de Controle, Verificação e Inspeção da ONU (Cocovinu), e pelo egípcio Mohammed El Baradei, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Há também 24 técnicos em logística e comunicação.
A equipe desembarcou em Bagdá em um avião C-130 da ONU procedente de Larnaca, no Chipre, e foi recebida por militares do Iraque. Ainda no terminal do Aeroporto Internacional Saddam Hussein, Blix disse esperar que o país não perca a chance de cooperar.
– A situação é tensa, mas esperamos que todos possamos aproveitar esta chance – disse.
O Iraque prometeu acesso irrestrito às suas instalações. O vice-primeiro-ministro iraquiano, Tariq Aziz, porém, afirmou que seu país é capaz de se defender sozinho e "poderá sobreviver" no caso de um ataque.
Os inspetores chegaram a Bagdá com uma lista de lugares a investigar, graças a informações passadas pela CIA (agência de inteligência dos EUA) e serviços secretos de outros países. Nos primeiros dias, as tarefas se limitarão ao aluguel de carros e a instalação de laboratórios de análise. As inspeções propriamente ditas começam em 27 de novembro. Nem mesquitas ou os palácios presidenciais estarão a salvo.
Saddam aceitou o retorno dos inspetores, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU por meio de uma resolução em termos duros, que ameaçava o país com "conseqüências graves". A resolução dá ao Iraque uma chance final de eliminar suas armas químicas, nucleares e biológicas, além do principal meio de transporte das mesmas – os mísseis de longo alcance.
Entre 1991 e 1998, a comissão especial da ONU visitou dezenas de locais no Iraque e destruiu grande quantidade de armas. Os inspetores deixaram o país acusados de espionagem. As investigações, iniciadas após a Guerra do Golfo (1991), são pré-requisitos para a suspensão das sanções da ONU ao Iraque.
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