O clima pode esquentar na noite desta segunda no Conselho Deliberativo do Grêmio. A pauta da reunião inclui a leitura de um parecer feito pelo Conselho de Ética solicitando a expulsão do ex-presidente José Alberto Guerreiro do quadro social do clube. Conselheiros ligados ao ex-presidente, no entanto, tentam adiar a leitura do documento.

O Conselho de Ética concluiu que Guerreiro, presidente no período de 1999 a 2002, é culpado pelo desvio de cheques no valor US$ 310 mil enviados pela ISL, então parceira do clube, no ano de 2000 para o pagamento de dívidas. Os cheques foram encontrados pela Polícia em poder de doleiros.

Em entrevista a Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, o ex-presidente se defendeu das acusações. Segundo o dirigente, esse pedido de expulsão do clube estaria ligado a uma disputa política interna, e não a irregularidades cometidas durante seu mandato.

– A Comissão de Ética e o Conselho resolveram fazer antes um julgamento sem me ouvir, deixando muito claro que existe uma conotação política em tudo isso. A Justiça, e isso é o que me tranqüiliza, tem como buscar pessoas e recolher documentos para fazer um julgamento honesto – disse Guerreiro.

A leitura do parecer, no entanto, pode não ocorrer nesta segunda. Um requerimento assinado por mais de 100 conselheiros ligados ao ex-presidente chegou ao Conselho solicitando que uma possível votação para a expulsão de Guerreiro ocorra só após o encerramento do processo que corre na Justiça.