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O presidente e o senador eleitos pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva e Aloízio Mercadante, respectivamente, pediram às centrais sindicais para que se unam e apóiem as reformas do governo que assuem o Palácio do Planalto no próximo dia 1º de janeiro. No encontro com 600 sindicalistas realizado nesta terça, dia 26, em São Paulo, Lula e Mercadante foram incisivos ao cobrarem dos sindicalistas a busca pelo consenso.
Em um discurso improvisado que durou mais de uma hora, o presidente eleito criticou a discussão dos líderes das duas principais centrais, João Felício da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e Paulo Pereira da Silva da Força Sindical, em torno da mudança na estrutura sindical. Lula foi duro ao declarar que as centrais sindicais precisam brigar menos e ter mais competência.
Mercadante, no mesmo sentido, lembrou aos sindicalistas que o primeiro encontro sindical, a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizado em 1981, frustrou as expectativas de união do movimento:
– Entramos unidos e saímos de lá divididos. Temos agora a segunda oportunidade de construir a união do movimento sindical. Para o senador eleito, as centrais não têm o direito de se dividirem no atual momento do cenário político do Brasil.
A central, presidida por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, agendou para esta quarta, dia 27, uma reunião com a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), com a Social Democracia Sindical (SDS) e com a Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT). A CUT não foi convidada.
Segundo Paulinho, a exclusão da CUT no encontro não foi proposital, já que, segundo o próprio, faz algum tempo que a central vem ficando de fora dos encontros das demais centrais, mostrando-se como oposição. No encontro desta quarta, as maiores centrais sindicais do país tentarão aprovar um calendário de reuniões para atender o pedido de Lula: elaborar um conjunto de propostas consensuais no movimento sindical.
Para o sindicalista, Lula, ao pedir menos "bravata"
e mais "competência", funcionou como um "puxão de orelha" no PT e na CUT. Segundo Paulinho, o discurso de Lula está "alinhado" às propostas da Força Sindical, que pede para as centrais sindicais discutirem primeiro os pontos de coesão e deixar por último os temas polêmicos. Já o presidente da CUT, João Felício, não encarou a crítica do presidente eleito como uma advertência, por que, de acordo com Felício, Lula conhece há muito tempo as divergências que existem entre a CUT e a Força. E que não seria por isso que a central se negaria a opinar sobre aquilo em que acredita.
Lula aproveitou o discurso para os sindicalistas para admitir que a derrota do PT no Rio Grande do Sul se deu em decorrência de erros políticos, e não de tombos na administração:
– O povo não espera mais discursos de seus governadores, e sim ações – finalizou.
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