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EUA cobram maior rigor nas inspeções no Iraque

Técnicos da ONU vasculharam principal centro de pesquisas nucleares

Depois de oito dias de inspeções de armas no Iraque, os Estados Unidos passam a pressionar os especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) para que sejam mais incisivos em suas ações, o que tornaria mais difícil para o governo Saddam Hussein esconder seu arsenal. A mensagem foi enviada ao chefe da missão no Iraque, Hans Blix, nesta quarta, dia 4. Blix não comentou a exigência.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, disse que cabe a Saddam provar que não tem armas de destruição em massa (químicas, biológicas ou nucleares), e não à comunidade internacional fazer o contrário. Os EUA ameaçam atacar o Iraque caso o país não colabore com os inspetores da ONU.

A primeira prova dessa cooperação deve acontecer neste sábado, dia estabelecido pelo Iraque para a entrega de um relatório à ONU no qual os programas bélicos serão detalhados. O Iraque estima que "os próximos dias revelarão se os inspetores respeitam sua identidade internacional e sua imparcialidade ou se vão se submeter às pressões e à chantagem de americanos e britânicos", afirmou um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores.  O ministério teme que as novas equipes "se transformem em um olho para espionar objetivos não citados pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU".

Os especialistas da ONU vasculharam nesta quarta o principal centro de pesquisas nucleares e uma antiga fábrica de armas químicas do Iraque. Os técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) passaram cinco horas no interior da usina nuclear de Al-Tuweitha, 20 quilômetros ao sul de Bagdá.

Um funcionário iraquiano que acompanhou a visita disse que "tudo correu bem". A usina já havia sido investigada nas inspeções de 1998. Na ocasião, a AIEA lacrou várias toneladas de urânio no local, que em 1981 teve um reator bombardeado por Israel.

Paralelamente, os inspetores da Comissão de Verificação, Inspeção e Monitoramento da ONU (Cocovinut) estiveram no complexo militar de Muthanna, 75 quilômetros ao norte de Bagdá. A visita durou outras cinco horas e não revelou infrações por parte do Iraque, segundo Raad Mahnal, o funcionário iraquiano que acompanhou o grupo.

A indústria, localizada no deserto, desenvolveu e fabricou milhares de toneladas de armas químicas entre 1983 e 1991, quando foi bombardeada pela coalizão ocidental na Guerra do Golfo. Os inspetores da ONU controlaram a fábrica entre 1992 e 1994 para eliminar resíduos de produtos químicos.

 
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