Após a derrota para o Flamengo, no último domingo, o técnico Mano Menezes disse que "faltou saúde" para o time no jogo, o que deu a impressão de ser uma crítica direcionada ao preparador físico Flávio Trevisan. Nesta terça-feira, em entrevista coletiva, no Olímpico, Mano negou que tenha reclamado do condicionamento físico ao falar em saúde.

— Umas pessoas interpretam de um jeito e outras de outro. Só existia uma leitura. Não é uma questão de interpretação, é uma questão de querer ver coisas onde não existe. Não acho que fui mal interpretado, acho que as pessoas entenderam como quiseram. Se tivesse algo de preparação física, nos dois anos e meio que estou aqui no Grêmio, não abordaria uma questão relacionada a outro profissional de maneira pública. Nunca fiz isso e não faria dessa vez. Nós não costumamos falar dos outros sem ser na frente dos outros — disse Mano, criticando parte da imprensa no enfoque dado ao assunto.

Mano esclareceu o que seria a "falta de saúde" a que ele se referiu no domingo:

— Nossa equipe deveria ter uma condição de se impor mais. Nós visivelmente deixamos dois blocos bem distintos nos últimos 20 minutos. Atacávamos com três, quatro jogadores e a sustentação do ataque não conseguiu mais ser feita. Era isso que eu estava me referindo. Quando tu fala alguma coisa que pode ser interpretada como normal, em 99% dos casos, vai ser interpretado pelo lado negativo. Na verdade, isso vem acontecendo muito nos últimos tempos. O que eu acho errado. Tenho visto muita repercussão negativa. A gente tem de procurar vencer sempre para dar menos margem para qualquer tipo de interpretação.

O técnico também abordou o fraco desempenho da equipe fora do Olímpico — aproveitamento de apenas 31%, contra 75% em casa.

— Vejo que o Grêmio está na média em relação as outras equipes fora de casa. Se fala muito que nós não vencemos, mas quem vence fora de casa? Na última rodada, por exemplo, ninguém venceu fora de casa. Estamos lutando desde o início para modificar isso, mas não estamos conseguindo ser tão competentes fora de casa como estamos aqui dentro — admitiu.

Mano destacou que o Náutico, próximo adversário tricolor, no domingo, terá o retorno de Acosta, vice-goleador do Campeonato Brasileiro com 17 gols. O técnico reforçou que o Náutico é uma equipe muito bem montada, que joga ofensivamente e tem conseguido bons resultados fora de casa.

— Futebol sempre é momento. Mesmo que se tenha uma história de enfrentamento, vai contar o que as equipes estão apresentando agora. O Náutico cresceu muito, é uma equipe que já há mais tempo vem jogando para merecer outra posição na tabela e conquistando novas posições a cada rodada. Sempre é muito complicado esse tipo de jogo. O adversário está jogando um futebol da ponta da tabela e é isso que temos de prestar atenção e nos prepararmos.

Mano também adiantou que todos os titulares do Grêmio correm risco de perder a posição, sem revelar qual será a sua opção para o ataque no domingo:

— Aqui ninguém tem cadeira cativa. Minha intenção era deixar o Marcel ter uma seqüência de jogos, infelizmente, veio a apendicite, e tivemos de mudar os planos. Não vou tirar o Tuta por decreto. Vou tirar quando entender que essa modificação precisa ser feita. É preciso ter certeza que isso signifique um acréscimo para a equipe.