| 26/10/2007 07h04min
Compenetrado, o argentino Luis Velis examina uma pilha de pés de alface descartados por comerciantes por estarem estragados ou inapropriados para a venda.
Com um canivete, retira as folhas externas, já amarronzadas, e consegue separar alguns pedaços ainda adequados para o consumo, que coloca em um saco plástico. O cenário é um grande centro atacadista de verduras, legumes e frutas na localidade de La Matanza (região metropolitana de Buenos Aires), o Mercado Central — palco, horas depois, do ato de encerramento de campanha da candidata a presidente e primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner, favoritíssima para vencer as eleições de domingo.
Velis, 62 anos, é "gasista" — trabalha com a instalação de tubulações de gás de cozinha — , mas está desempregado há cinco anos. Sem muitas perspectivas, dependente de verduras jogadas no lixo para sobreviver, ele teria todas as razões do mundo para não votar na candidata do governo — mas vota, o que explica em parte a provável
vitória de Cristina no
domingo e a escolha de La Matanza, um tradicional reduto peronista, para o encerramento da campanha.
— A Argentina melhorou muito com Kirchner, antes estava muito mal. Havia saques a supermercados (no governo Fernando de la Rúa, em 2001) — diz Velis, que inicialmente se descreve como indeciso, mas logo em seguida admite que optará pela candidata da Frente para a Vitória.
No Mercado Central, em meio aos enormes pavilhões com teto metálico verde, ao tráfego intenso de caminhões e empilhadeiras e às caixas vazias ou cheias espalhadas por todos os lados, outras vozes despontam para dar seu apoio à senadora e primeira-dama, de 54 anos. Ao menos em relação aos resultados do governo Kirchner, eles têm razão. A economia tem crescido a taxas de quase 9% ao ano, e o desemprego despencou de 22,5% para 7,7%, por exemplo.
Leia a reportagem completa de Luciano Peres nas páginas de Zero Hora desta sexta-feira.
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