| 26/10/2007 08h25min
Uma turbulência abalava o Olímpico na tarde de 20 de junho de 2005, quando Sandro Goiano chegou a Porto Alegre. Na véspera, o Grêmio havia sido goleado por 4 a 0 pela Anapolina, pela Série B. Enquanto ele assinava contrato, o presidente Paulo Odone definia se o técnico Mano Menezes continuaria.
Próximo de completar cem jogos pelo Grêmio, no domingo, contra o Náutico, Sandro, de 34 anos, sorri ao lembrar do episódio. Naquele momento, ele não poderia prever que a identificação com o clube e a torcida se daria de forma tão intensa. Terminou o ano como capitão do time e apontado como um dos responsáveis pela volta à Série A.
– Acho que os torcedores enxergam na minha forma de jogar a mesma vontade que eles têm de vencer – interpreta o volante, que costuma ir a pé de sua casa, na Azenha, até o estádio.
A faixa com a inscrição Sandro peleador, uma das tantas que emolduram o estádio, resume a forma como o jogador é encarado. Mesmo que considere um feito para qualquer jogador completar cem partidas por um mesmo clube, Sandro grante que nada irá mudar em sua vida. Com dois gols marcados, diz que espera chegar "a uns 700". Marcante, diz, foi ter sido lembrado para colocar os pés na Calçada da Fama.
Por ironia, o jogador que é visto como a cara do Grêmio quase foi parar no Inter. Em 2003, o técnico Muricy Ramalho tentou levá-lo para o Colorado.
– O presidente do Paysandu disse que jamais iria me negociar com o Inter – sorri Sandro, lembrando que a torcida desconfia ainda hoje que alguns jogadores tenham se vendido (o Inter venceu por 2 a 0), o que ele nega com veemência.
Este ano, Muricy, atualmente no São Paulo, fez nova tentativa. Sandro pensou na identificação com Porto Alegre, onde pretende seguir morando após a carreira, e decidiu ficar.
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