| 01/11/2007 23h51min
Se a ATP é considerada muitas vezes conivente com tenistas flagrados no exame antidoping, a entidade cogita tomar uma atitude mais enérgica em relação aos atletas que aceitem entregar suas partidas em benefício da máfia de apostas. Nesta quinta-feira, o presidente da entidade, Etienne de Villiers, defendeu a exclusão do esporte de tenistas, que tenham a participação comprovada nesta irregularidade. Já em casos de doping, as punições variam entre dois (caso do brasileiro Marcelo Melo) e 18 meses.
– Há uma distinção com o doping. As pessoas podem cometer um erro, são punidas, mas tem uma chance de retornar à sociedade. No caso de apostas, nós somos categóricos. Não há desculpa para isso – comentou o mandatário da ATP.
Em sua opinião, as pessoas envolvidas ferem diretamente qualquer senso do que o esporte prega.
– Isso fere totalmente a integridade do esporte, você destrói tudo. Se as pessoas estão envolvidas com apostas, elas têm de ser expulsas – explicou Villiers.
As suspeitas sobre partidas arranjadas no tênis começou em agosto, quando casas de apostas notaram um número anormal de torcedores prevendo a vitória do argentino Martin Vassallo-Arguello, então 87º do mundo, sobre o russo Nikolay Davydenko, quarto do ranking, no Torneio de Sopot. Davydenko abandonou a partida no terceiro set, alegando uma contusão, após ter ganho a primeira parcial por 6 a 1.
Depois disso, várias partidas foram colocadas sob suspeita, incluindo o triunfo de Gustavo Kuerten sobre o italiano Filippo Volandri, na primeira rodada do Torneio da Costa do Sauípe deste ano. Ao mesmo tempo, tenistas confessaram que receberam propostas para participar do esquema, mas não aceitaram. Foram os casos dos brasileiros Flávio Saretta e Marcos Daniel, dos belgas Dick Norman e Gilles Elseneer, dos franceses Arnaud Clement e Michael Llodra, e do inglês Tim Henman.
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