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 | 06/11/2007 19h06min

Estrelas de Hollywood e políticos apóiam greve de roteiristas nos EUA

Ator Steve Carrell da série The Office decidiu não ir trabalhar em apoio ao protesto

Os roteiristas de televisão e de filmes dos Estados Unidos entraram nesta terça-feira em seu segundo dia de greve contando com o apoio de estrelas de Hollywood e de políticos como Barack Obama e Hillary Clinton. Ontem, o comediante Jay Leno — que apresenta toda noite The Tonight Show with Jay Leno na rede NBC e é um dos artistas mais bem pagos da TV americana - se aproximou dos piquetes em frente aos estúdios da empresa na Califórnia para oferecer comida aos grevistas.

Outros decidiram assumir um papel mais ativo e, com cartazes nas mãos, se uniram aos protestos em frente aos estúdios Warner em Hollywood. Entre eles estava a atriz Julia Louis-Dreyfus — alçada à fama por seu papel na série Seinfeld (Sony) nos anos 1990 e atual protagonista de The New Adventures of Old Christine (Warner).

O ator Steve Carrell, protagonista de filmes como O Virgem de 40 Anos e A Volta do Todo-Poderoso e também da série The Office (FX), decidiu não ir trabalhar na segunda-feira em apoio aos roteiristas. Os atores de Hollywood não são os únicos que expressaram apoio aos roteiristas de televisão e de cinema em sua disputa trabalhista com as produtoras quanto aos pagamentos derivados de vendas de DVDs e downloads.

Os dois principais pré-candidatos democratas à presidência americana, os senadores Barack Obama e Hillary Clinton, também estão do lado dos roteiristas. Obama emitiu ontem um comunicado no qual diz apoiar os grevistas:

— A reivindicação do sindicato é um teste para saber se as empresas darão aos escritores uma participação justa da riqueza criada por seu trabalho ou se continuarão concentrando os lucros nas mãos de seus executivos.

Hillary disse que apóia "o objetivo do sindicato de roteiristas de obter um convênio justo que os pague por seu trabalho em todas as mídias".

O presidente da Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), Nick Counter — que esteve negociando com o Writers Guild of America (WGA, sindicato dos roteiristas) — afirmou após a ruptura das conversas que os produtores estavam preparados para uma greve prolongada. O WGA e a AMPTP trocaram acusações sobre uma falta de flexibilidade (por parte dos dois lados) que teria interrompido as negociações.

— Tentamos chegar a um compromisso em várias áreas-chave, incluindo a reprodução pela internet e a jurisdição de novas mídias. No final, o sindicato não quis chegar a um acordo sobre a maioria de suas principais reivindicações — disse Counter.

Por sua vez, o WGA declarou que "a AMPTP não respondeu a nenhuma das propostas que o WGA fez desde julho", mesmo tendo retirado no último momento sua reivindicação mais controvertida sobre as vendas de DVD.

O conflito trabalhista está centrado nos pagamentos que os roteiristas recebem pela vendas de DVDs e por downloads. Os produtores se negaram a discutir a possibilidade de os autores receberem pela distribuição das séries de televisão em "novas mídias" (como internet e celulares), argumentando que a situação financeira do setor não permite e que os roteiristas já recebem bastante dinheiro por seu trabalho.

EFE
Andrew Gombert, EFE / 

Greve teve início nesta segunda-feira
Foto:  Andrew Gombert, EFE


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