| 20/11/2007 06h54min
A Polícia Federal vai abrir inquérito policial para investigar possíveis irregularidades no ProJovem em Porto Alegre.
O anúncio foi feito ontem pelo superintendente regional da PF, delegado Ildo Gasparetto, após ler dossiê sobre o ProJovem entregue pelo vereador Adeli Sell (PT). No documento, com 47 páginas distribuídas em 10 capítulos, Adeli argumenta que os professores contratados pelo programa recebem salários menores do que o especificado no edital, que a prefeitura privilegia uma empresa no fornecimento de lanches e que o número de jovens formados é menor do que o contabilizado.
O vereador também solicitou à Secretaria da Segurança Pública proteção pessoal, pois garante estar recebendo ameaças de morte em função de sua atuação no caso.
O ProJovem é desenvolvido pela Secretaria Nacional da Juventude, com verba do Ministério do Trabalho, em parceria com as prefeituras das capitais. Na Capital, o projeto é tocado pela Secretaria Municipal da
Juventude. O ex-secretário municipal da
Juventude, Mauro Zacher, deixou o cargo quando surgiram as primeiras suspeitas sobre o programa.
Uma das tarefas do inquérito é saber o número real de alunos que freqüentaram as aulas. Serão checadas informações de que o número de alunos formados na Capital teria ficado muito abaixo do idealizado.
A PF deve também investigar os gastos da Secretaria da Juventude com a Fundação Educacional e Cultural para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e Cultura (Fundae), escolhida sem licitação para contratar professores para o ProJovem. Ela teria recebido R$ 10,3 milhões dos R$ 11,2 milhões que o Planalto repassou em função do programa. Por sua vez, a Fundae contratou a Pensant Consultoria. Ambas são investigadas pela PF em supostas fraudes contra o Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
A PF também deve investigar a dispensa de licitação para a compra de mais de R$ 160 mil em lanches sempre da mesma empresa, situada no bairro Restinga (zona
sul de Porto Alegre). Em âmbito
administrativo, o Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE) fará auditorias para investigar aplicações dos recursos do programa na Capital, em Canoas e em Viamão.
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