| 04/12/2007 20h45min
O ex-presidente do Inter, Fernando Carvalho, fez, nesta terça-feira, no Footecon 2007, um relato de sua passagem pelo comando do time gaúcho. Ele contou seu início no clube até a conquista do Mundial de Clubes, em 2005. Neste período, ele passou por momentos de turbulência e iniciou uma revolução da administração colorada. A decisão de ter um cargo no clube surgiu da vontade de mudar uma realidade difícil de aceitar. As informações são do site GloboEsporte.com.
– Tive vontade de ser presidente quando levei o meu filho, então com 10 anos, para um jogo contra o Grêmio. Naquele dia, três categorias entrariam em campo. Fiquei assustado ao ver o rival entrando uniformizado, todo arrumado, e os nossos jogadores chegando de chinelo, sem trajes do clube. Vi o primeiro time entrando no vestiário e entregando o uniforme para o time que jogaria em seguida. Diante disso, pedi para ser o diretor da divisão de base – afirma.
O trabalho de Fernando Carvalho ficou mais evidente para os colorados depois que ele assumiu a presidência do clube. Após a posse, foram momentos difíceis, mas que deram ao dirigente os ensinamentos para colocar o clube no rumo certo.
– Depois que fui eleito, foram criados cinco grupos de trabalho: Marketing, finanças, marketing, gestão e futebol. Tivemos o erro de fazer contratos curtos com os jogadores, e a partir do oitavo mês, o jogador já não estava com o foco no clube. Naquela época, no primeiro ano de gestão, as receitas eram pequenas. A receita de TV, quando chegava, já tinha sido usada. As dificuldades do primeiro ano foram terríveis. O Inter foi campeão gaúcho com o pagamento mais ou menos em dia. Só saímos do rebaixamento na última rodada contra o Paysandu. O aprendizado foi grande. Já em 2003, começamos a alterar completamente a situação do ano anterior. Em 2003, passamos a ter uma receita que foi dada mensalmente. Estabelecemos um orçamento e cumprimos rigorosamente. As cotas de televisão seriam para o pagamento de salários e obrigações - relata.
Uma medida adotada por ele, e que cortava o coração dos torcedores, era a venda de pelo menos algum talento do clube. Só desta forma, segundo ele, seria possível manter o clube.
– Passamos a ter como estratégia de gestão que teríamos que vender um jogador por ano. Sempre que alguém é vendido, a gente podia reinvestir no futebol. Investimos em 2004 no Fernandão, e ele tinha um salário acima dos demais. Pela equalização financeira, ano anterior, vendemos o Diogo Rincón, depois o Daniel Carvalho e o Rafael Sobis – diz.
O ano de 2006 entrou especialmente para a história do Inter. Da campanha vitoriosa na Libertadores até o título mundial no Japão foi preciso superar muita desconfiança, sempre com o apoio irrestrito dos fanáticos colorados.
– Estávamos com oito mil sócios e chegamos a 50 mil. Passamos a contar com uma receita extraordinária do quadro de associados. Na Libertadores, conseguimos vencer a desconfiança e, juntos com os torcedores, chegamos ao título. No Mundial, depois do primeiro jogo do Barcelona, que desfilou em campo, muita gente não acreditava mais. Fomos para a guerra e jogamos de igual para igual com eles. No final, fomos campeões do mundo – lembra.
Fernando Carvalho é considerado o maior presidente da história do clube
Foto:
Ricardo Duarte
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