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 | 14/12/2007 08h15min

Fim da CPMF eleva incerteza sobre juros para 2008

Segundo economistas, tudo depende das próximas ações do governo

O fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pode ser um ingrediente a mais no incerto ambiente para a taxa básica de juros em 2008. Além do comportamento da inflação e do forte ritmo da demanda, os próximos passos do governo para compensar a perda do tributo serão cruciais na condução da política monetária pelo Banco Central (BC).

Para economistas, o ponto decisivo está associado ao superávit primário. A pior configuração, afirmam eles, seria o governo decidir reduzir o superávit e aumentar os impostos. Nesse caso, uma retomada do ciclo de redução dos juros estaria praticamente descartada no próximo ano e a possibilidade de uma alta da Selic subiria.

— Tudo isso junto (CPMF, inflação e desequilíbrio entre expansão da demanda e crescimento da oferta) significa muito claramente possibilidade de o BC ter de elevar a taxa de juro em 2008. A probabilidade desse evento é bem alta. No mínimo, de 30% — afirma o sócio-diretor da MCM Consultores e ex-diretor do BC, José Júlio Senna.

Para Alexandre Schwartsman, economista-chefe para América Latina do banco ABN Amro e ex-diretor do BC na gestão Henrique Meirelles, a história pode ser bem diferente se o governo cumprir a promessa de manutenção do superávit primário, o que significaria menos espaço para o crescimento da demanda.

— A primeira reação do governo foi boa ao anunciar que manterá o superávit. Isso muda para melhor a situação — diz ele.

Agência Estado
 
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