| 14/12/2007 15h33min
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta sexta-feira que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está por trás das articulações para rejeitar a CPMF no Senado. Segundo o ministro, a atitude do ex-presidente não foi boa para o país.
— É visível que por trás desse movimento tem a sombra do Fernando Henrique, que não admite que Lula é melhor presidente do que ele, que o governo do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] retirou o país da estagnação e é muito mais respeitado internacionalmente do que o governo dele.
Tarso deu a declaração após solenidade de encerramento do curso de formação da Polícia Federal, em Brasília. Sobre a nota divulgada ontem por Fernando Henrique Cardoso, que pede a reconciliação entre governo e oposição para a votação da reforma tributária, deixando de lado as picuinhas, Tarso afirmou que o texto demonstra que o ex-presidente estava fazendo uma revanche. Para o ministro, a suposta represália ocorreu porque Fernando Henrique estaria
inconformado com a derrota
do candidato do PSDB nas últimas eleições presidenciais, Geraldo Alckmin, e porque Lula, segundo Genro, tirou o país do atoleiro deixado pelo antecessor.
— Isso demonstra que o Fernando Henrique estava fazendo picuinha política, ou seja, não estava atento às necessidades do país e fez um movimento de oposição. Os partidos agiram legitimamente, o governo vai respeitar, mas essa atitude do Fernando Henrique demonstra que ele estava era fazendo uma revanche — declarou Tarso.
Quanto ao chamado do ex-presidente Fernando Henrique para a retomada dos diálogos entre governo e oposição, Tarso Genro disse que Lula decidirá se é conveniente entrar nessa discussão. Em relação aos recursos para o Ministério da Justiça em 2008, disse esperar não haver cortes porque o orçamento da pasta é proporcionalmente pequeno em relação dos demais ministérios. Tarso, no entanto, admitiu que algumas adaptações precisarão ser feitas:
— O presidente Lula orientou o ministro
Paulo Bernardo que preserve o PAC
[Programa de Aceleração do Crescimento] e preserve as políticas sociais do governo. A nossa política de segurança pública está integrada às políticas sociais.
Os maiores prejudicados com a extinção da CPMF a partir de janeiro, segundo o ministro, serão a saúde pública e os investimentos. Apesar disso, Tarso disse acreditar que a derrota do governo não interfere no desenvolvimento do país:
— A derrota da CPMF não causa nenhum terror no governo. Dá uma tremida no telhado, mas os alicerces do país são sólidos, fortes, profundos, enraizados na consciência popular e na consciência da cidadania brasileira. Tenho certeza que o Brasil vai continuar a crescer e gerar renda. Não tem CPMF derrotada que vá impedir isso.
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