| 17/12/2007 20h04min
A promotoria dos Estados Unidos afirmou nesta segunda-feira que o empresário venezuelano-americano Guido Antonini Wilson recebeu uma oferta de US$ 2 milhões para não revelar a origem e o destino dos US$ 790 mil que levava numa maleta, no episódio que ficou conhecido como o "escândalo da maleta". Segundo o promotor Thomas Mulvihill, os três venezuelanos presos nos EUA na semana passada acusados de serem agentes da Venezuela em território americano teriam oferecido a quantia a Wilson em troca de seu silêncio. Ele assegurou que a família do empresário também recebeu ameaças para encobrir o envio do dinheiro à Argentina, que teria como destino os fundos da campanha eleitoral da presidente Cristina Kirchner.
O "escândalo da maleta" começou em agosto, quando Wilson tentou entrar na Argentina com o dinheiro não-declarado. O caso ressurgiu na quarta-feira, quando o FBI e a Justiça Federal dos EUA anunciaram a prisão, em Miami, de três venezuelanos e um uruguaio que, em conversas gravadas, haviam
afirmado
que a quantia levada por Wilson era para a campanha de Cristina. O grupo também teria tentado montar uma operação para ocultar a origem do dinheiro. Os três venezuelanos estão presos aguardando a audiência do dia 27, quando deverão dizer se são culpados ou inocentes. Se forem condenados, eles podem receber uma pena de até 10 anos e o pagamento de uma multa de US$ 250 mil. Rodolfo Wanseele Paciello, o uruguaio do grupo, pagou uma fiança de US$ 150 mil e está em liberdade provisória.
Hoje, o governo argentino convocou o embaixador dos EUA em Buenos Aires, Earl Wayne, para uma reunião que servirá para "transmitir o mal-estar" existente entre os dois países após a acusação de que o dinheiro da maleta seria para a campanha de Cristina. Já o governo da Venezuela qualificou a prisão dos venezuelanos de "uma manobra de guerra" do governo de George W. Bush, com o objetivo de "frear" as lideranças políticas na América do Sul. O ministro de Comunicação da Venezuela, William Lara, afirmou que o
governo de seu
país e o da Argentina estão unidos na "campanha de desprestígio" que os EUA estão empenhados em conduzir.
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