O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta quinta-feira que a Operação Emmanuel para o resgate de três reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) continua, mas em uma nova fase, sobre a qual evitou dar detalhes.

— A operação continua, só que agora não devo falar quase nada. Não digo mais nada. É parte da nova fase — afirmou Chávez por telefone a um programa de opinião da emissora estatal Venezolana de Televisión (VTV).

Ele também reafirmou que o presidente colombiano, Álvaro Uribe, lançou no dia 31 de dezembro uma cortina de fumaça para frustrar a operação de resgate dos três reféns que as Farc tinham se comprometido a libertar.

Uribe declarou na segunda-feira que as Farc tinham descumprido a promessa da entrega dos reféns porque, possivelmente, não tinham em seu poder um deles, o menino Emmanuel, filho da ex-candidata à Vice-Presidência colombiana Clara Rojas, nascido em cativeiro.

A Operação Emmanuel, que começou na sexta-feira passada com a autorização da Colômbia e envolveu mais sete países, foi suspensa na segunda-feira. Os helicópteros venezuelanos dispostos para a recuperação dos reféns retornaram à Venezuela nesta quinta-feira.

Na segunda-feira passada Chávez leu publicamente uma carta, que disse ter recebido das Farc. Nela, a guerrilha explicava que não tinha podido entregar os reféns devido a intensas operações militares na zona onde supostamente se movimentavam os rebeldes. No mesmo dia Uribe negou a versão.

Uribe, quem acusou as Farc de mentir a Chávez, revelou a hipótese de que Emmanuel se encontraria, sob outro nome, numa instituição oficial de assistência à infância abandonada.

Geneticistas colombianos estiveram em Caracas esta semana e recolheram mostras de DNA de Clara González de Rojas, mãe de Clara Rojas e avó de Emmanuel, para comparar com as do menino. Os resultados das análises podem ser anunciados a qualquer momento, de acordo com os dados oficiais colombianos.