O governo colombiano afirmou neste sábado que Emmanuel, filho que Clara Rojas — ex-candidata a vice-presidente e seqüestrada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) — teve em cativeiro, é agora uma criança feliz "graças ao atendimento do Estado, que o recebeu em condições lamentáveis". A diretora do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF), Elvira Forero, declarou em entrevista coletiva, neste sábado, que o menino nascido há mais de três anos "foi resgatado da morte à qual as Farc o tinham submetido".

Ontem, a promotoria colombiana revelou que os testes de DNA realizados na criança e em familiares de Clara comprovaram com "alta probabilidade" que ele pode ser o filho que a seqüestrada desde 2002 teve com um guerrilheiro. As Farc admitiram que o garoto que está em Bogotá é o filho da refém, mas expressaram ironicamente que ele tinha sido entregue a "pessoas honradas" e que as autoridades é que o haviam "seqüestrado". Acreditava-se que a criança estava em poder da guerrilha, já que eles prometeram sua libertação junto a mãe e a ex-congressista Consuelo González de Perdomo.

A diretora do ICBF ressaltou hoje que "aqui quem atuou de maneira incorreta e violou todos os direitos do menino foram as Farc". Elvira disse que o menino foi recebida pelo instituto doente e "com maus-tratos físicos, com atitude negligente". Acrescentou que "em 11 meses o menino não recebeu atendimento médico e teve todos os direitos violados".

— A Convenção dos Direitos da criança não foi respeitada. Mas o Estado conseguiu fazer com que a criança fosse feliz, a protegeu e continuará a protegê-la — disse a funcionária, explicando que os parentes de Clara, entre eles, sua mãe, de mesmo nome, poderão receber a guarda do menino após um simples processo, que pode demorar dois meses.

A avó da criança, Clara González de Rojas, já declarou que quer a guarda do neto. Ela também concedeu coletiva à imprensa hoje, junto com as filhas de Consuelo, Patricia Perdomo e Maria Fernanda Perdomo.