| 21/01/2008 19h44min
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em discurso ao receber o cargo do ministro interino, Nelson Hubner, fez vários elogios à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, mas afirmou que o ministério não será tutelado:
— A ministra Dilma é uma profissional conhecida do setor e temos laços de amizade e admiração.
Em seguida, entretanto, comentou que, nos últimos dias, cresceram rumores de que a ministra, de alguma forma, influenciaria a gestão dele no ministério, mas assegurou que "jamais indicou alguém nem vetou", pois "ninguém tutela o ministro, a não ser o presidente da República". Lobão, entretanto, disse que, devido aos conhecimentos de Dilma na área de energia, vai ouvi-la.
— Ela é uma fonte significativa de consulta para qualquer um que se sente nessa cadeira. Assim como os ex-ministros Nelson Hubner e Silas Rondeau, que é um homem honrado e dedicado — afirmou sobre o peemedebista, que deixou o ministério acusado de envolvimento em
esquema de corrupção.
No
discurso, Lobão pautou-se pela linha do governo no setor energético. Disse que o modelo criado pela ministra Dilma Rousseff privilegia o consumidor e criou um mercado saudável. Ele defendeu a expansão da geração de energia por usinas hidrelétricas como a prioridade principal, pois "a energia hidrelétrica é a mais barata e a mais eficiente". Defendeu investimentos em fontes alternativas, como as pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e os biocombustíveis. Lobão defendeu também a ampliação do parque de energia nuclear do país.
A cerimônia de transferência do cargo aconteceu no Ministério de Minas e Energia e contou com a presença de vários políticos, entre eles, o governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), o ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf e o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Lago é adversário político do senador José Sarney (PMDB-AP), principal padrinho político de Lobão.
Petrobras
Logo após
a posse, Lobão disse em entrevista que foi informado sobre a nova descoberta da Petrobras, o poço Júpiter, na Bacia de Santos, com reservas de gás natural "de proporções gigantescas":
— É um megacampo de gás. E vai nos ajudar, dentro de muito pouco tempo, a ter uma independência absoluta nesse setor.
O poço Júpiter está a uma profundidade de 5.252 metros, a 290 quilômetros da costa do estado do Rio de Janeiro e a 37 quilômetros a leste da área de Tupi, onde a estatal fez uma grande descoberta de petróleo no final do ano passado. Assim como em Tupi, as reservas de gás de Júpiter estão na camada pré-sal (extremamente profunda).
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