| 26/01/2008 19h16min
Novak Djokovic e Jo-Wilfred Tsonga farão, na madrugada deste domingo, a inesperada final de Aberto da Austrália. Enquanto o sérvio, número três do mundo e principal revelação de 2007, vem de uma vitória sobre o favoritíssimo Roger Federer, o francês é apenas o número 38 do ranking de entradas da ATP e surge como grata surpresa do primeiro Grand Slam do ano. Em comum, ambos tentam provar que não são apenas zebras do circuito.
Djokovic, no entanto, é a zebra menor na decisão. Terceiro cabeça-de-chave, o tenista balcânico iniciou uma escalada de títulos em 2006, e se consagrou como candidato a rivalizar com Roger Federer e Rafael Nadal no último ano. Foi quando Novak conquistou dois títulos de Masters Series (Miami e Toronto), além de ter alcançado a final do Aberto dos EUA.
Tsonga, por sua vez, vive a principal fase da carreira. Além de ocupar sua melhor colocação na lista da ATP, o francês vem de semifinal no torneio de Adelaide. No ano passado, apesar de ter conquistado quatro challengers e um future, teve seu então grande momento ao alcançar as oitavas-de-final de Wimbledon, onde foi derrotado pelo compatriota Richard Gasquet.
Porém, o duelo inédito entre os dois tenistas ainda conta com outras marcas peculiares. Será a primeira vez desde o Aberto da Austrália de 2005 que um Grand Slam não conta com Roger Federer ou Rafael Nadal na decisão. Naquela edição, o russo Marat Safin frustou a torcida da casa e derrotou o australiano Lleyton Hewitt por 1/6, 6/3, 6/4 e 6/4. Além disso, será a primeira vez desde a edição de 98 do torneio que dois tenistas se enfrentam em busca do primeiro título de Grand Slam – que ficou então com Petr Korda, algoz de Marcelo Rios.
Dez anos depois, para esta decisão, o carismático Djokovic conta com duas cartas na manga: além de ser o principal adversário de Roger Federer em quadra, ainda se mostra ciente do bom momento de Tsonga, que deixou para trás nomes como Rafael Nadal, Mikhail Youzhny e Richard Gasquet.
– Tsonga está chegando. Ele é um atleta incrível – elogia o sérvio. – Ele tem jogado um tênis incrível nestas duas semanas. Vi muitas de suas partidas. Assim como todos, estou impressionado com a maneira como joga.
O sérvio pode ser o oitavo tenista da história a conquistar o torneio sem perder sets, embora o francês não esteja disposto a ajudar.
– Farei meu melhor na quadra, por isso sei que será fácil me vencer – garante o responsável pela eliminação de Nadal nas semifinais, que tenta um feito raro: conquistar um Grand Slam sem entrar como cabeça-de-chave.
Desde o início da chamada Open Era, em 68, apenas Mats Wilander e Gustavo Kuerten conseguiram tal feito – ambos em Roland Garros, respectivamente em 82 e 97.
Tsonga é mais um reforço do contingente que tenta recolocar a França entre os protagonistas do tênis mundial. O país, que conta apenas com Richard Gasquet entre os dez melhores do mundo, já teve nomes como Yannick Noah, Henri Laconte e Cédric Pioline entre os melhores da modalidade. Este último, vice-campeão do Aberto dos EUA e de Wimbledon, é presença confirmada na Rod Laver Arena para torcer pelo compatriota.
No entanto, sua missão será complicada. Dos últimos tenistas que tentaram seu primeiro título de Grand Slam no Australian Open, apenas o sueco Thomas Johansson se deu bem. Da lista recente, Arnaud Clement, Rainer Schuettler, Marcos Baghdatis e Fernando Gonzalez tiveram que se contentar com o vice-campeonato. Por isso, a partir das 3 horas (horário de Brasília), Tsonga poderá ter talvez sua única chance de ouro na carreira.
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