| 28/01/2008 17h04min
O movimento de queda dos contratos futuros de juros de longo prazo na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), iniciado no final da manhã desta segunda-feira, ganhou força na sessão vespertina depois que as bolsas em Nova York firmaram-se no terreno positivo. A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2010 recuou a 12,66% ao ano, de 12,74% ao ano no encerramento dos negócios na quinta-feira, e o DI para janeiro de 2012 cedeu de 12,99% para 12,85%.
Os DIs curtos também esboçaram melhora à tarde, abandonando a alta e terminando praticamente nos mesmos patamares anteriores. O contrato para janeiro de 2009 fechou estável em 11,91%. Mas convém ressaltar que, como normalmente ocorre às segundas-feiras, o giro de negócios foi bastante fraco. Em Nova York, perto do encerramento das negociações com contratos futuros de juros na BM&F, o índice acionário Dow Jones subia 0,87%, e o S&P 500, 1,08%.
As taxas de longo prazo, mais
sensíveis aos movimentos
de aversão a risco, começaram o dia em alta forte, ajustando-se à piora das bolsas americanas na sexta-feira e também ao comportamento negativo das bolsas da Ásia e da Europa. No final da manhã, no entanto, os prêmios acumulados pelos contratos atraíram os aplicadores e os juros inverteram o sinal e passaram a cair, na medida em que também cresciam as apostas de que o banco central americano (Fed) deverá reduzir o juro do país nesta semana em meio ponto percentual. Assim, além de sustentar os ganhos nas ações em Wall Street, tal movimento favorece o recuo dos DIs aqui porque, se o Fed confirmar essa estimativa, o diferencial em relação aos juros internos aumenta, mesmo com a taxa básica (Selic) inalterada.
Essa precificação de queda havia perdido espaço na sexta-feira, após a notícia de que o BC dos Estados Unidos promoveu o corte emergencial de 0,75 ponto percentual, na terça-feira passada, desconhecendo a fraude bilionária no banco Société Générale, que ajudou a derrubar as bolsas
européias no dia
anterior. Hoje, os contratos de juros futuros no país apontavam 88% de possibilidade da taxa cair a 3% ao ano na quarta-feira, após os dados ruins das vendas de imóveis novos nos EUA em dezembro. Houve queda de vendas de 4,7% (ante expectativa de recuo de 1,2%), para o menor nível em 12 anos.
Os contratos de curto prazo reagiram mal à deterioração das expectativas do mercado para a inflação mostradas pela pesquisa Focus, divulgada hoje pelo Banco Central, mas se recuperavam à tarde e alguns deles até fecharam em ligeira baixa. Houve piora em diversos índices de preços, em vários horizontes e na expectativa para a Selic em 2009. Entre os destaques, está o salto a 4,45%, de 4,37% no levantamento divulgado na semana passada, da previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2008.
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