| 01/02/2008 16h50min
O líder cubano, Fidel Castro, chamou de "macabra" a idéia de "transformar alimentos em combustíveis para o lazer e o luxo", em artigo publicado nesta sexta-feira pela imprensa oficial cubana. Ele enumerou oito fatores que acredita que "complicam a situação do planeta", na quarta parte de uma série de artigos intitulada Lula, na qual conta a reunião que teve em Havana, no último dia 15, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O primeiro desses fatores seria o "crescimento do consumo de petróleo, um produto não-renovável e poluente, pelo esbanjamento das sociedades de consumo". Fidel ressaltou também a escassez de alimentos, por variadas causas, dentre as quais, cita o crescimento exponencial da população humana e dos animais que transformam os grãos diretamente em proteínas de crescente demanda.
O terceiro ponto abordado pelo cubano é a superexploração dos mares e poluição de suas espécies por resíduos químicos da indústria, "incompatíveis com
a vida". O quarto tópico é o que o
cubano chama de "idéia macabra dos biocombustíveis". O Brasil produz anualmente 18 bilhões de litros de etanol a partir da cana-de-açúcar. O quinto é a "incapacidade do sistema econômico dominante para o uso racional e eficiente da ciência e a técnica na luta contra pragas e doenças".
Em sexto lugar, Fidel alertou para "a necessidade de se adotar planos racionais de crescimento familiar e da sociedade em seu conjunto, alheios a pretensões hegemônicas e de poder". Os últimos tópicos salientados foram "a ausência quase geral de educação em temas que são decisivos para a vida, inclusive nas nações com níveis de escolaridade mais altos", e os "riscos reais derivados das armas de extermínio em massa em mãos de irresponsáveis".
— Há remédios para estes perigos? Sim: conhecê-los e assumi-los. Como? — questiona o cubano, para então concluir: — Seriam respostas puramente teóricas. Façam essas perguntam por si mesmos, especialmente os mais jovens. Não aspirem ser chefes de
Estado antes.
O
líder cubano delegou provisoriamente suas funções a seu irmão Raúl Castro, em julho de 2006, devido a uma doença que o deixou "entre a vida e a morte", segundo revelou ele próprio. Desde 29 de março de 2007, Fidel vem publicando com freqüência extensos artigos nos principais meios de comunicação cubanos, sob o título comum de Reflexões do Comandante-em-Chefe.
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