| 07/02/2008 20h11min
O embargo europeu à carne brasileira pode estar em choque com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e coloca em risco um eventual acordo comercial entre o Mercosul e a União Européia (UE). Esse foi o recado dado ontem pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em Madri, após reunir-se com seu colega espanhol, o ministro Miguel Ángel Moratinos.
A exigência européia de que o Brasil selecione apenas 300 fazendas exportadoras não faz sentido, ainda que o governo brasileiro haja detectado falhas na lista de 2.681 propriedades produtoras enviada à UE, afirmou Amorim.
— Não faz sentido estabelecer um número de estabelecimentos a priori. Não há argumento que possa sustentar isso, a não ser o desejo de diminuir. É uma forma indireta de criar restrições quantitativas, e restrições quantitativas são contra a OMC — disse o ministro, segundo informação distribuída pelo Itamaraty.
As exigências de controle sanitário e rastreamento de
bovinos foram adotadas pela UE por causa
de animais contaminados pelo mal da vaca louca, disse Amorim. Porém, o Brasil jamais registrou a ocorrência da doença.
— É uma exigência muito forte para um país que nunca teve um caso.
O embargo à carne foi citado por Amorim como um exemplo de atitude européia que, a seu ver, dificulta a amizade e a aliança estratégica na qual o Brasil tem muito interesse.
— Obviamente, isso é um desestímulo para um futuro acordo comercial — comentou, referindo-se aos entendimentos entre o Mercosul e a UE.
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