| 10/02/2008 18h17min
Reunidos no final de semana em Brasília, petistas adotaram um discurso de ataque ao PSDB para defender o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das denúncias do mau uso dos cartões corporativos. Em tom de desafio, petistas afirmaram que o governo do tucano José Serra em São Paulo gasta muito com os cartões e não tem transparência na prestação de contas. No ano passado, o governo paulista gastou R$ 108 milhões por meio de 42.315 cartões usados por cerca de 20 mil servidores.
A crise dos cartões que, ainda no início, provocou a demissão da ministra da Igualdade Social, a petista Matilde Ribeiro, foi um dos pontos discutidos pelo partido na reunião de posse do Diretório Nacional e eleição da Executiva do partido em Brasília. A avaliação dos dirigentes petistas é que o PSDB e o DEM, partidos de oposição, querem montar uma crise e usar politicamente "erros administrativos", como classificam os petistas, no uso dos cartões para tentar deixar o governo Lula sob uma suspeição
permanente.
"O
PT deve denunciar a ação demagógica e pseudo-moralista intentada por setores reacionários da vida política nacional que, a todo preço e com evidente má-fé e hipocrisia, procuram transformar esta questão em uma gigantesca crise política que desgaste a imagem do governo do presidente Lula perante a opinião pública", diz a nota aprovada pelo Diretório Nacional do PT na noite de sábado.
— No campeonato de combate à corrupção, nosso governo ganha — afirmou o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). — O meu desafio é que o PSDB monte um site para divulgar os gastos feitos pelo governo de São Paulo. Em São Paulo, não há transparência no uso dos cartões — provocou.
O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), adotou o discurso estratégico de puxar o PSDB para o foco de atenção sobre o dos cartões sempre que é questionado sobre os gastos do governo de Lula.
Para dividir o foco dos cartões, os petistas não apenas defenderam a investigação
nos Estados, como foram claros ao
afirmar que as apurações quanto aos gastos no âmbito do governo federal devem ser estendidas à época do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando essa sistemática de gastos entrou em vigor.
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