| 11/02/2008 16h27min
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse nesta segunda-feira que as discussões sobre o embargo europeu à carne brasileira podem durar mais de quatro meses. Segundo o ministro, será preciso rever o número de propriedades que poderão exportar carne para a União Européia (UE).
— Do jeito que está, com 300 propriedades, não é possível encher um contêiner para exportar para UE. Com este número não há densidade para as exportações: precisamos de 3 mil a 5 mil propriedades — afirmou.
Ele explicou ainda que o governo terá de discutir como será o processo de agregação de novas propriedades à lista. Stephanes lembrou que os europeus não questionam a sanidade do rebanho brasileiro, mas a rastreabilidade.
Segundo ele, o erro do Brasil foi aceitar as mesmas regras aplicadas à rastreabilidade na Europa.
— Elas foram criadas por causa do mal da vaca louca, doença que nós não temos — disse.
A expectativa do
governo é apresentar aos europeus a lista com as propriedades
dentro das regras atuais, que Stephanes espera sejam revistas. O ministro afirmou que o governo irá fechar nesta segunda-feira a lista com o número de propriedades que será apresentada à Bruxelas na quinta-feira.
Desmatamento
O ministro disse que o governo irá realizar rigorosa fiscalização nas propriedades localizadas nos 37 municípios onde houve maior índice de desmatamento.
— Vamos fiscalizar para saber porque foi desmatado. Se foi para a pecuária ou para a soja. Se for a soja, trabalharemos para inibir a comercialização deste produto — disse.
Stephanes negou que o governo esteja concedendo anistia para os produtores que desmataram áreas amazônicas. Segundo ele, houve um mal-entendido sobre a medida que prevê a legalização de fazendas que recuperarem 50% das áreas desmatadas.
O ministro considera que há muita confusão entre a área do Bioma Amazônico e a Amazônia Legal.
— A Amazônia Legal foi criada para efeito de financiamento e se estende
até áreas de cerrado do Tocantins e ao Maranhão — afirmou.
O ministro afirmou que sua pasta e o Ministério do Meio Ambiente prepararam nota conjunta sobre o assunto que deverá ser divulgada ainda hoje.
Stephanes: "Do jeito que está, com 300 propriedades, não é possível encher um contêiner para exportar para UE. Com este número não há densidade para as exportações: precisamos de 3 mil a 5 mil propriedades"
Foto:
Fabio Pozzebom
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ABr
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