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 | 15/02/2008 17h19min

Scarlett Johansson e Natalie Portman são as estrelas de hoje no Festival de Berlim

Filme de Andrzej Wajda sobre massacre de poloneses é destaque fora da competição

Scarlett Johansson e Natalie Portman apresentaram uma versão sexy à tortuosa vida das irmãs Bolena. Já o veterano Andrzej Wajda mostrou sua versão sobre um fato histórico em Katyn, no sprint do Festival de Berlim, que amanhã realizará a entrega dos Ursos. The Other Boleyn Girl e Katyn, o filme de Wajda, sobre o massacre de oficiais poloneses pelos soviéticos, chegaram à Berlinale fora de competição, mas com um potencial midiático superior a Ballast, produção que fechou nesta sexta-feira a apresentação dos 21 concorrentes.

Scarlett e Natalie, Mary e Ana Bolena, respectivamente, além de Eric Bana no papel do rei Enrique VIII da Inglaterra, que tem filhos com uma e outra, em detrimento da genuína rainha Catalina — vivida pela atriz Ana Torrent —, foi um desfile de beleza ideal para o tapete vermelho. Bana se derreteu para as colegas, dizendo que "qualquer um se sente como um rei trabalhando com elas". Ele explicou que sua personagem se envolve com Mary, "um doce raio de sol", e Ana, "um desafio". Da delicadeza da primeira, Enrique VIII passa à provocação de Ana, que primeiro obriga o rei a mandar Mary ao campo, apesar de ter acabado de dar à luz, depois a desfazer-se de Catalina e finalmente romper com Roma.

— É um filme de mulheres poderosas, cada uma à sua maneira, que rompem os planos manipuladores impostos pelos homens — resumiu Natalie, que vive Ana, que vai de gravidez em gravidez fazendo intrigas até acabar decapitada.

O filme sobre as irmãs Bolena retrata as leis ainda medievais, que possibilitavam a elas entregarem cada filha em troca de um descendente masculino no palácio. O novato Justin Chadwick, diretor do filme, levou ao tapete vermelho seu trio de estrelas, enquanto Wajda impactava a platéia com sua recriação de um capítulo importante da história mundial: o massacre de 22 mil oficiais poloneses, após a invasão do exército nazista pelo oeste e do soviético pelo leste.

— Os poloneses estavam totalmente desorientados e não reagiram. Não sabiam sobre o pacto entre Hitler e Stalin — explicou Wajda. — É a história de mulheres como minha mãe, que durante anos confiaram no retorno do marido, enquanto os soviéticos apagavam provas de seu massacre — contou.

Katyn segue levantando polêmica na Rússia, visto que o filme não estreará no país até o fim da campanha eleitoral. Até a dissolução da União Soviética, Moscou sustentou que os autores do massacre foram os nazistas, enquanto a propaganda de Hitler instrumentalizou a tese do horror soviético.

Entre os densos filmes apresentados, Ballast, um drama familiar passado no Mississpi e dirigido por Lance Hammer, quase passou despercebido. A produção é considerada por muitos como séria candidata ao Urso de Berlim. Hammer foi premiado no Festival de Sundance pelo mesmo filme, que conta a história de três personagens: uma mãe, um filho adolescente envolvido com gangsters e o proprietário e vizinho da casa onde vivem. Um ato violento desencadeia velhos e novos conflitos. Espera-se que o júri presidido pelo diretor Constantín Costa-Gravas dedique a Ballast ("lastro", em português) a atenção que merece.

EFE
 
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