| 15/02/2008 19h11min
Um dia após ser demitido do cargo de técnico do Grêmio, Vagner Mancini desabafou, afirmando que houve "sinais" de interferência de determinados dirigentes no vestiário tricolor. Em entrevista coletiva realizada nesta sexta em um hotel de Porto Alegre, o treinador garantiu ter "blindado" o vestiário, evitando assim a intromissão em seu trabalho. O presidente do Grêmio, Paulo Odone, rebateu, afirmando que houve apenas uma tentativa de diálogo, o que não foi entendido por Mancini.
– Eu não deixei. A partir do instante em que eu detectei sinais (de intromissão), eu fui de encontro a isso, porque na hora de ser demitido, é o treinador que é demitido. Ninguém demite aquele diretor que dá palpite – disparou o treinador, que não mostrou motivação para voltar a trabalhar com os atuais dirigentes gremistas. – Deu para notar que não existiu muita empatia entre nós. Acho que fica difícil para o futuro.
Mancini foi demitido um dia antes da data em que receberia a família para realizar a mudança para Porto Alegre. Segundo a Rádio Gaúcha, dois fatores mostram a distância que existia entre treinador e direção do Grêmio: os dirigentes não participavam das preleções, palestras que antecedem aos jogos, e, depois da demissão, o assessor de futebol Paulo Pelaipe não falou com o técnico.
Decepção
O treinador lembrou a campanha do Grêmio no período que ele trabalhou no Olímpico. Levando em conta o aproveitamento da equipe, ele considerou a decisão da direção "leviana". Por isso, deixa o clube "decepcionado".
– Não tem como, de repente, se você chega a 14 de 18 pontos, achar que alguma coisa não foi feita. Isso seria leviano apontar. Mas eu tenho, como técnico e ser humano, de respeitar a atitude da diretoria, embora saia um pouco decepcionado com a atitude que eu não esperava de alguns – lamentou.
Odone responde
O presidente Paulo Odone não gostou de saber que Mancini disse ter detectado "sinais de interferência" no seu trabalho. Para ele, o que aconteceu foi que o treinador não entendeu as "tentativas de diálogo" por parte dos dirigentes.
– Eu não jogo pedra no passado. Carteiraço, ninguém dá. Houve uma tentativa de diálogo que, talvez, ele tenha entendido de outro jeito – disse Odone.
Celso Roth
O novo técnico, Celso Roth, é velho conhecido do presidente gremista. Ele foi preparador físico do Tricolor quando o treinador era Luiz Felipe Scolari, hoje na seleção portuguesa. No entanto, Odone garante que em um aspecto Roth não é mais o mesmo:
– O nosso Celso Roth, que está aí, foi preparador físico de Felipão, trabalhou comigo, portanto eu o conheço pessoalmente. Ele tem só um probleminha: tem uma imagem de sujeito mais sério, turrão, não se comunicar bem. Acho que hoje ele amadureceu.
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