| 20/02/2008 15h27min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quarta-feira da posse do substituto da ministra Matilde Ribeiro na pasta de Políticas e Promoção da Igualdade Racial, o deputado federal Edson Santos (PT-RJ). No evento, Lula agradeceu o trabalho da ex-titular, que deixou o cargo devido a denúncias de irregularidades no uso do cartão corporativo do governo, e a defendeu das acusações. Ele contou que aconselhou a ministra a deixar o cargo, pois estava sendo "massacrada e triturada".
— Ela sai do governo sem ter cometido nenhum crime, não cometeu nenhum delito, teve apenas falhas administrativas — disse Lula.
Lula pediu que os representantes do movimento negro cheguem a um consenso em relação ao Estatuto da Igualdade Racial, para facilitar a sua aprovação no Congresso Nacional.
— Enquanto vocês estiveram brigando, ele vai ficar mofando lá — salientou.
De secretaria a ministério
Lula assinou nesta quarta-feira medida provisória que transforma em
ministério a Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Igualdade Racial. O objetivo é permitir que o deputado federal Edson Santos (PT-RJ) possa assumir o cargo deixado por Matilde sem precisar renunciar ao mandato parlamentar. A pasta já tinha status de ministério antes da medida.
Ao informar aos convidados à cerimônia de posse que tinha transformado a secretaria em ministério, o presidente foi ovacionado. Mas depois, em entrevista após a cerimônia, Santos admitiu que a mudança não trará resultados práticos. Isso porque, segundo ele, o novo ministério não terá orçamento e continuará ocupando espaço físico de outras pastas.
O novo ministro definiu a pasta como um "meio ministério". Ele disse que o Brasil não é uma democracia racial e defendeu cotas raciais e sociais para que jovens negros tenham acesso às universidades.
Continuidade
Santos relatou que dará continuidade ao trabalho desenvolvido
por Matilde. Segundo ele, medidas como a política de cotas, o
estatuto da igualdade racial e a agenda social quilombola serão mantidas e aprofundadas em sua gestão. Ele lembrou que, embora legalmente libertos, os negros do Brasil não receberam da sociedade ou do Estado os instrumentos necessários para a sua emancipação.
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