Dois dias após ser atingido por uma bomba caseira e ter a mão direita amputada, o guarda noturno aposentado Ivo Costa, 62 anos, apresenta sinais de recuperação.  Na tarde desta terça-feira, ele caminhou pelos corredores do Hospital São José, em Criciúma, com o apoio da irmã Maria Costa, 70 anos. O acidente aconteceu no Estádio Heriberto Hülse, no domingo, em partida entre Criciúma e Avaí pelo Campeonato Catarinense.

De acordo com o diretor técnico do Hospital, Agenor Silvestre, os sinais vitais de Ivo estão bem. A falta de febre é considerada uma boa notícia, o que indica a ausência de infecções. Apesar das dores esporádicas no braço atingido, a equipe médica acredita que nesta sexta-feira o torcedor deva receber alta. 

— A preocupação será com a recuperação doméstica. Provavelmente o paciente sofrerá com a síndrome do membro fantasma, que é a sensação falsa de dor pela mão inexistente — explicou Silvestre.

A notícia da prisão dos acusados de terem arremessado a bomba que dilacerou sua mão, parece não ter abalado o aposentado, que se mostrou imparcial quanto à punição.
— Não adianta prender e judiar, é só mais violência. Sou contra a violência — afirmou Ivo.

A irmã, Maria Costa, tem uma opinião diferente, e aguarda a punição dos autores da ação criminosa:

— O Ivo não quer o mal de ninguém, mas eu penso que se eles fizeram o mal, têm que pagar. Deus me perdoe, mas vieram de tão longe para tirar a mão do meu irmão —afirmou Maria, ainda emocionada com o anúncio das prisões.

O aposentado terá direito a receber R$ 18 mil em indenização pelo incidente. De acordo com o procurador jurídico da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Rodrigo Capela, todas as medidas junto a seguradora ARG/Unibanco já foram tomadas. O valor é dividido em R$ 9 mil pelo acidente e outros R$ 9 mil para despesas médicas. 

— O dinheiro para mim não tem importância. Vou continuar ajudando muitas pessoas, como sempre fiz com meu salário de aposentado. Ajudar é a melhor coisa que tem —finalizou Ivo.