| 01/03/2008 23h51min
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou neste sábado os ataques israelenses contra a Faixa de Gaza e os considerou "desproporcionais e excessivos", assim como os lançados pelas radicais palestinos contra cidades e civis de Israel.
— Condeno os ataques palestinos com mísseis contra civis israelenses e que só afligem os palestinos, e (condeno) Israel por seu desproporcional e excessivo uso da força — disse Ban ao Conselho de Segurança (CS) do órgão.
O presidente rotativo do conselho, o embaixador russo, Vitaly Churkin, convocou neste sábado uma reunião de urgência a pedido da Líbia para abordar a grave situação em que se encontra o norte da Faixa de Gaza, onde a última ofensiva militar israelense deixou um saldo de 62 mortos e 300 feridos.
Ban expressou sua "profunda preocupação com a possibilidade de que aumente a violência" entre as partes, ao mesmo tempo em que ressaltou que tinha oferecido seu "apoio a todos os esforços que levem em
direção ao fim da violência e a um
período de calma".
Ban se referiu também ao "dano" que esta situação pode ter no processo de paz, e apelou à comunidade internacional e ao CS para que "exerçam sua influência para que as partes coloquem um fim na violência e se permita a assistência humanitária".
Antes de iniciar sua sessão a portas fechadas, discursaram perante o conselho o representante palestino, Riyad Mansour, e o embaixador adjunto de Israel, Daniel Carmon.
— O silêncio da comunidade internacional devido à paralisia do Conselho de Segurança é totalmente injustificável e inaceitável — disse o embaixador da Autoridade Palestina, uma entidade que participa como observador na ONU.
Mansour qualificou os ataques israelenses de "brutais" e disse que a atual situação prejudica o processo de paz, "não estando desvinculado do que acontece no terreno", além de ressaltar que esse tipo de violência afeta a estabilidade regional.
O representante
israelense lamentou que Mansour "não tenha mencionado nem uma só
vez o Hamas", o movimento radical islâmico, responsável pelos lançamentos de mísseis contra cidades israelenses como Ashkelon.
— Israel está há meses se contendo perante os múltiplos ataques do Hamas contra si — disse o diplomata, que também ressaltou que seu país "não pede desculpa por proteger seus cidadãos", dizendo que estes são mais de 250 mil no raio de ação dos mísseis disparados pelo Hamas.
Ele também acusou a Síria e o Irã de estar por trás dos radicais islâmicos palestinos e ressaltou a Mansour que palestinos e israelenses são vítimas desse movimento.
A crescente deterioração da situação entre israelenses e palestinos suscitou a possibilidade de que isso influa negativamente no recém reatado processo de paz, lançado em novembro do ano passado em Annapolis (EUA) pelo presidente George W. Bush.
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