| 07/03/2008 13h30min
Mulheres da Via Campesina, grupo ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocuparam uma unidade de pesquisa biotecnológica da empresa americana Monsanto na manhã desta sexta-feira e destruíram um viveiro e o campo experimental de milho transgênico, em Santa Cruz das Palmeiras, no interior de São Paulo. Elas protestam contra a liberação de duas variedades de milho pelo Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS). Em nota, o MST informa que "o governo Lula cedeu às pressões das empresas do agronegócio e liberou, em fevereiro, o plantio e comercialização das variedades Guardian (da Monsanto) e Libertlink (da alemã Bayer)".
O MST aponta ainda que a manifestação de hoje faz parte da Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina, que já mobilizou cinco Estados contra o agronegócio nas últimas 48 horas. O movimento foi ainda mais forte no Rio Grande do Sul, onde as agricultoras invadiram a Fazenda Tarumã, da finlandesa Stora Enzo, e destruíram pés de eucalipto. A prisão das
mulheres motivou
novos protestos do MST, que bloquearam oito estradas no Estado, na quarta-feira.
Atentado
A Monsanto emitiu uma nota oficial em relação à invasão. "A Monsanto condena veementemente atos ilegais como esse, inclusive, desrespeitando recentes decisões do Poder Judiciário. A empresa acredita que, num regime democrático como o que vivemos, discordâncias — ideológicas ou não — devem ser expressas por meio dos caminhos legais e de livre forma de expressão e não por meio de atentados aos indivíduos e à propriedade privada", diz a nota.
O movimento Via Campesina, uma coalizão de movimentos, já deixou a unidade da Monsanto.
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