| 22/12/2002 21h27min
Um encontro marcado para o início da tarde desta segunda, dia 23, em Brasília, com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve selar a participação do vice-governador gaúcho Miguel Rossetto no futuro ministério.
O nome de Rossetto para a pasta do Desenvolvimento Agrário ganhou força neste final de semana, depois da reunião dos líderes petistas em São Paulo.
Com a provável indicação de Rossetto, o Rio Grande do Sul deverá ficar com três ministérios e pelo menos mais uma secretaria especial. Lula, que divulga na tarde desta segunda toda a equipe de governo, deve anunciar o governador Olívio Dutra para o Ministério das Cidades. Na última sexta, Dilma Rousseff foi confirmada para a pasta de Minas e Energia.
Lula ainda tem de confirmar os titulares de 12 ministérios e de pelo menos quatro secretarias especiais. Os últimos nomes foram discutidos sábado, em reunião de Lula com o comando do PT em São Paulo. O Ministério do Planejamento, que deveria ser ocupado por um integrante do PMDB, deverá agora ficar mesmo com um nome ligado a PT. Neste domingo, o presidente eleito passou o dia descansando com a família em seu apartamento em São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista.
Antes de anunciar a equipe, Lula terá um encontro com o ex-ministro Ciro Gomes, candidato derrotado do PPS à Presidência da República. Cotado para o Ministério da Integração Nacional, Ciro seria uma opção para a Previdência Social. A escolha de Agnelo Queiroz, do PC do B do Distrito Federal para o Ministério dos Esportes, tira o deputado Aldo Rebello (PC do B-RJ) da lista de candidatos ao Ministério da Defesa. Na véspera do anúncio da equipe, o nome mais forte para a Defesa era o do embaixador do Brasil na Rússia, José Viegas.
Se for confirmado, Rossetto estará na cota das correntes de esquerda do PT. Ligado ao grupo Democracia Socialista (DS) – tendência com forte influência no Rio Grande do Sul e que tem como destaque nacional a senadora de Alagoas Heloísa Helena. Rossetto deverá ser o único representante dos grupos mais radicais com assento no primeiro escalão. O nome do vice-governador para o Desenvolvimento Agrário tem o respaldo dos três principais movimentos sociais aliados ao PT: a CUT Rural, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Via Campesina.
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